Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março, os Cartórios de Registro Civil em todo o país, diariamente, fazem um levantamento das mortes confirmadas e suspeitas da Covid-19. As estatísticas estão no portal da transparência, integrado pela Central de Informações do Registro Civil – Cartórios de Registro Civil Nacional.
O levantamento é feito com base nos óbitos em cidade com mais de 50 casos suspeitos ou confirmados da Covid-19.
Em Macaé, segundo o portal da transparência, desde o início da pandemia, no dia 16 de março, até esta terça-feira, dia 04 de agosto, as mortes na cidade somam 135, de acordo com as certidões de óbitos emitidas pelos cartórios. Já os números divulgados nesta terça-feira, dia 04, pelo Centro de Triagem do Paciente com Coronavírus, apontam que o município registra 118 óbitos, o que mostra uma diferença de 17 mortes.
A comparação de óbitos causados pela Covid-19 em Macaé coloca em cheque o avanço da cidade para a bandeira verde.
No último sábado, o prefeito Dr. Aluizio, anunciou pelo twitter. “Estamos em busca da faixa verde do Covid. Tudo isso as custas de restrições e cautela, sofrimento e mortes. Daqui para frente não será diferente. Ainda há muitas dificuldades que serão vencidas. Ou lutamos juntos ou perderemos todos”.
Segundo o professor de Física e também integrante do GT (Grupo de Trabalho de Enfrentamento) à Covid-19 da UFRJ Macaé, Antonio C.C Guimarães, os dados no portal da transparência do Registro Civil são muito sérios. O professor explicou que os cartórios recebem as certidões de óbito emitidas e assinadas por médicos e entram com as informações no sistema informatizado. “Para análises da evolução temporal da epidemia, esses dados são muito confiáveis e acurados, pois seguem a data dos óbitos e não a data de saída de resultado de exame”, explicou.
Pelo levantamento do portal da transparência dos Cartórios de Registro Civil, Macaé contabiliza 135 óbitos por Covid-19. De acordo com o professor de física, esse número é diferente e maior que o divulgado pela prefeitura, porque a Secretaria de Saúde Municipal, só divulga os casos, ou seja, os números, de residentes da cidade. “Como Macaé recebe pessoas de outros municípios, como moradores temporários ou gente que vem até a cidade para se hospitalizar, mais pessoas acabam falecendo em Macaé e entra na contagem do Registro Civil, que registra o local do óbito e não o de residência”.
Antonio C.C. Guimarães explicou ainda que os dados dos últimos dias podem mudar, pois se a certidão de óbito demorar para ser emitida e ter os dados digitados no sistema, então pode demorar até duas semanas para um óbito aparecer no sistema. Mas, de acordo com ele, a contagem em Macaé é rápida. “É só comparar com os dados do Brasil. O número total é bem menor que o divulgado pelo Ministério da Saúde, pois as secretarias já divulgaram os óbitos, mas as respectivas certidões de óbito ainda não entraram no sistema do Registro Civil. Em Macaé, a atualização, ou seja, a certidão entra no sistema no mesmo dia”.