A carcaça de uma baleia jubarte de cerca de 20 metros de comprimento, que apareceu encalhada em uma gruta, nos costões rochosos da Praia de Caravelas, nesta quinta-feira (20), está sendo levada para alto-mar com o auxílio de um rebocador, depois de quase 12 horas de trabalho e expectativa. Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente e Urbanismo, Evanildo Nascimento, equipes da secretaria estão desde cedo no local para acompanhar a situação.
Inicialmente, o local onde se encontrava a carcaça do mamífero foi isolado pela equipe da Defesa Civil Municipal, enquanto guarda-vidas ajudaram a monitorar a situação. Dado o tamanho do animal e as características geográficas da Praia de Caravelas, o secretário esperava dificuldades no resgate.
“Se parasse numa praia pequena, como Caravelas, seria uma catástrofe porque é de difícil acesso, e difícil retirada por terra. Conseguimos uma grande traineira de Búzios com a Colônia de Pescadores. A ideia é rebocar para alto-mar e deixar que siga o curso natural. Normalmente, essas carcaças criam gases e flutuam por um tempo e quando são perfuradas, afundam em alto-mar”, explicou Evanildo.
Segundo o coordenador do Laboratório de Mamíferos Aquáticos da Uerj, o oceanógrafo José Lailson Brito Junior, um indivíduo adulto da espécie pode chegar a 40 toneladas e 16 metros de comprimento. O professor especulou os possíveis motivos da morte do animal.
“O animal pode ter morrido por inúmeras causas: doença, interação com atividades humanas, como pesca, e etc.”, comentou.
Nesta época do ano, as baleias saem do Hemisfério Sul, onde se alimentam durante todo o ano e migram para Abrolhos, na Bahia, para se reproduzirem. Búzios e algumas cidades da Região dos Lagos fica no caminho delas.
De acordo com censo áureo, feito pelo Projeto Baleia Jubarte, de uma ONG que trabalha para a preservação da espécie. Em 2022, houve recorde no número de migração de baleias jubarte: 25 mil baleias estiveram no litoral brasileiro.
A equipe percorreu uma faixa que vai da divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará até o litoral norte de São Paulo. Pela estimativa do projeto, 25 mil baleias estiveram na costa brasileira. É o maior número já registrado desde que a contagem começou a ser realizada, há 21 anos.