Depois de 28 anos sem visitar Campos dos Goytacazes em um compromisso de campanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou para cerca de 5 mil pessoas, entre apoiadores e um grupo de aproximadamente 300 opositores durante o primeiro ato da Caravana Lula Pelo Brasil no estado do Rio de Janeiro, na terça-feira (5) à noite, na Praça do Liceu.
Durante a visita, Lula também foi ao polo avançado do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Campos, onde se encontrou com reitores de universidades locais. Lula foi recebido por alunos, professores e militantes e discursou para o público.
Apesar de manifestações contrárias pontuais, os encontros do ex-presidente com a população seguem efusivos. Os campistas demonstraram a todo tempo carinho com a caravana e repetem palavras de gratidão, especialmente aqueles impactados de alguma forma com as políticas públicas praticadas por governos petistas.
Esta é a primeira vez que o ex-presidente tem uma agenda oficial na planície goitacás desde 2007, quando também esteve no IFF, mas para a inauguração do campus de Guarus.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi um dos que receberam a caravana do ex-presidente. “Viemos dar um abraço no Lula e dizer que ele vai ser muito bem-recebido em todo o estado do Rio de Janeiro. Foi o presidente que mais fez pelo estado. Eles estão desesperados, pois acharam que iam afastar a Dilma, iam se juntar com a Globo e o Sergio Moro e acharam que isso ia parar o Lula. Pisam no PT e sabe o que acontece? Sobe Lula!”, disse.
“Só o Lula para tirar o estado dessa crise, porque já fez. Estamos ao lado da bacia de Campos e aqui ao lado, em Macaé, tem a cidade com o maior número de desempregados. Isso porque a Petrobras investia R$ 45 bilhões por ano com Lula. Agora investe apenas R$ 15 bilhões. Quando Lula foi eleito em 2002 ele disse que ia fabricar navios, sondas e plataformas. Agora, o Temer acabou com a política de conteúdo regional”, completou.
Lula também falou sobre a crise econômica, com destaque para o Rio de Janeiro. “O país vive, talvez, a pior crise de sua história. Pela primeira vez, está sendo governado por um golpista, responsável por rasgar 54 milhões de títulos de eleitores e que só é aceito por sua agenda econômica. Mas ele que se prepare, porque eu estou me preparando e, se voltar, muita coisa vai mudar nesse país.”
“Primeiro, vamos fazer o referendo revogatório; segundo, vamos desfazer essa pouca vergonha de desmonte e privatização da Petrobras; terceiro, vamos democratizar a mídia; quarto, temos consciência de que nenhum país do mundo cresce sem investir em educação. Eles acham que a solução é fazer cadeia e eu acho que é fazer escola”, completou.
Lula também lembrou das questões de gênero e da importância da Lei Maria da Penha, que sancionou durante seu governo. “O safado que bater numa mulher tem que pagar, para isso fizemos a lei. A mão é pra trabalhar e fazer carinho, não pra bater em mulher”, afirmou, durante o discurso no Instituto Federal Fluminense.
“Tem muita mulher que vive apanhando do marido porque depende do cara pra comer. E não é só pobre não, rico também. Agora, uma mulher independente, quando estiver de saco cheio do cara, abre a porta e manda ele embora”, disse, ao falar sobre educação e direitos das mulheres, em Campos dos Goytacazes.
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