Após 72 anos longe de sua cidade de origem, um canhão histórico que integrava o acervo cultural de Cabo Frio finalmente retornou ao município. A peça, que fazia parte da paisagem da Praia do Forte, foi resgatada em uma operação logística coordenada pela Prefeitura de Cabo Frio, Secretaria da Cidade e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A operação de transporte, que durou cerca de 12 horas, terminou com a chegada do canhão à sede da Companhia de Serviços de Cabo Frio (Comsercaf), onde o objeto passará por processo de restauração antes de ser reintegrado ao acervo da cidade.
De acordo com documentos do IPHAN, o canhão foi retirado da cidade em 1953 durante uma excursão de alunos do Colégio Nova Friburgo, vinculado à Fundação Getúlio Vargas. Com apoio de um professor e do motorista da excursão, os estudantes içaram o canhão e o levaram para a cidade serrana, onde a peça permaneceu em exposição por décadas.
Após o fechamento da escola em 1977, o artefato foi transferido para o Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea, e posteriormente retornou a Nova Friburgo. Uma vistoria recente do IPHAN apontou seu avançado estado de deterioração e recomendou a devolução ao município de origem.
A repatriação do canhão era uma demanda antiga de pesquisadores e moradores de Cabo Frio e foi tratada como prioridade pela atual gestão municipal. Para o vice-prefeito Miguel Alencar, a devolução da peça é mais do que uma ação simbólica:
“O retorno do canhão vai além da recuperação de um objeto. Ele representa o resgate de uma parte da alma da nossa cidade”, declarou.