Pesquisadores contam com apoio de instituições públicas e privadas para aumentar a capacidade de produção dos exames
Na luta contra o novo coronavírus, dez pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), campus Macaé, realizam testes moleculares de detecção do COVID-19. Em um trabalho de parceria com o Grupo de Trabalho Multidisciplinar liderado pelo Laboratório de Virologia Molecular do Departamento de Genética do IB-UFRJ (LVM-UFRJ), os voluntários já realizam mais de 100 exames moleculares. Os resultados saem rápidos e podem ser obtidos pela Prefeitura de Macaé no mesmo dia ou no seguinte.
O trabalho envolve setores público e privado, que juntos pretendem aumentar a quantidade de exames. A primeira fase do projeto ocorre de forma manual com 60 testes diários. Mas os pesquisadores desejam ampliar o projeto para que seja realizado de forma automatizada. Para isso, reuniões têm ocorrido com diversos setores. No encontro que ocorreu no dia 22, algumas ações ficaram definidas. Por parte da Prefeitura a publicação de um edital para contratação e bolsistas e ampliação do espaço físico Laboratório no NUPEM.
No que diz respeito as medidas da NUPEM/UFRJ, a direção pleiteou e conseguiu abrir uma conta para doações privadas para viabilizar a compra de insumos e reagentes para os testes e pesquisa do COVID-19. Já o Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho (MPT) e médicos do trabalho e hospitais ficaram de buscar doações para aquisição dos equipamentos de automação. Com isso haverá um para o aumento 20-30 testes/dia para cerca de 200-300 testes/dia, com possibilidade de aumentar de acordo com a chegada de equipamentos.
Segundo as informações do site da Nupem, a responsabilidade de fazer a seleção dos pacientes, coleta e entrega dos swabs naso-faríngeos e fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) para realização dos diagnósticos é da Prefeitura.
A pesquisadora da Nupem/UFRJ, Mirella Pupo Santos, explicou que “os estudos científicos são responsáveis por nortear as etapas a serem seguidas durante a pandemia. Portanto, a testagem em massa é importante e fundamental para traçar realmente como estamos no meio dessa pandemia. Sem essa análise concreta e que abranja o máximo de pessoas possíveis não tem como traçar estratégias seguras de ação”.
Ainda de acordo com ela, conhecer o vírus, como ele se dissipa, qual tempo permanece vivo fora do corpo, quanto tempo permanece incubado antes dos sintomas, se realmente todos exibem sintomas e etc. Tudo isso tem sido estudado e é necessário para combate à doença. Mas estudos científicos concretos levam um certo tempo e, portanto, não acontece na velocidade que muitos querem.
A testagem em massa deve ser prioridade nesse momento para saber como e onde estamos na curva e como proceder quanto a quarentena. Sem embasamento científico para essas ações podemos correr riscos desnecessários. Acho que o momento é de reflexão e de ouvir mais do que nunca nossos cientistas”, destacou.
Articulação no legislativo
O vereador de Macaé, Marcel Silvano, se predispôs a ajudar o projeto que tanto beneficia o município por promover ações rápidas de detecção do novo coronavírus.
“O NUPEM/UFRJ tem realizado testes, porém podem realizar mais por dia, e eu estou à disposição para articular junto a Câmara medidas necessárias para ampliar a capacidade desses testes”.