Esta é a quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica. Tradicional ação católica irá discutir a luta das minorias
A Campanha da Fraternidade de 2021, tradicional cruzada promovida por grupos católicos se tornou alvo de comentários preconceituosos contra minorias. Ao anunciar o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, a iniciativa expôs o intuito de apoiar a luta contra a violência sofrida pela população LGBTQ+, o que gerou revolta em cristãos mais conservadores.
Nas redes sociais, a página oficial do movimento têm recebido comentários maldosos, com ataques à igreja e ações de boicote. A iniciativa pede doações de fiéis para apoiar projetos da Igreja Católica. Neste ano, a proposta é promover debates sobre a inclusão das minorias e a violência direcionada a esses grupos.
A edição de 2020 não foi realizada por conta da pandemia do novo coronavírus. Em 2021, será a quinta vez que a campanha será feita de forma ecumênica, sendo organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Batistas do Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia).
Nesta quarta-feira (17), a CNBB realizou uma transmissão ao vivo em comemoração à Quarta-feira de Cinzas, para marcar o início da quaresma e a abertura do movimento. O link pode ser encontrado no Facebook.
A Campanha da Fraternidade acontece desde o ano de 1962. Segundo a CNBB, em 2019, a última edição distribuiu pelo Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) a quantia de R$3.814.139,81, não se incluindo nessa quantia o que foi destinado aos fundos diocesanos. Em 2020, como a arrecadação não pode ser realizada, com a colaboração da instituição alemã, Adveniat, 15 projetos receberam ajuda.
Em nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil destacou o parecer da Igreja quanto às questões que serão discutidas.
“Nos últimos dias, reações têm surgido quanto ao texto. Trazem preocupações com relação a aspectos específicos, a saber, as questões de gênero. A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que ‘gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeito a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo’ (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673)”.