Uma “força-tarefa”, envolvendo várias secretarias, foi montada em Cabo Frio para resolver, até o dia 21, questões pendentes para garantir a manutenção da Bandeira Azul, título internacional de qualidade conquistada pela Praia do Peró. O objetivo do mutirão é realizar obras, concluir outras e cumprir as exigências da Coordenação Nacional do Projeto Bandeira Azul, que fará nova vistoria na praia nos próximos dias.
Alguns dos problemas foram mostrados relatados pelos professor José Francisco de Moura, o Professor Chicão, em sua coluna no Prensa de Babel. Segundo o professor que tem mestrado e doutorado em História na UFRJ, a comissão internacional que promove o título “Bandeira Azul” estudou remover a congratulação da Praia do Peró por conta da falta de rampas de acessibilidade, o número excessivo de mesas colocadas pelos quiosques e que são deixadas, segundo o professor, pela pressão dos parlamentares do município.
Isso tudo culmina em um relatório ruim da comissão poderá fazer com que a cidade e a praia do Peró perca esse título internacional.
“Ou seja, um governo de frouxos pode fará a cidade ter grandes prejuízos”, ressalta o professor Chicão.
Por isso, as equipes das várias secretarias municipais estão se desdobrando vão atuar na melhoria da acessibilidade à praia para portadores de necessidades especiais; limpeza; ordenamento; e, segurança. Vão participar técnicos e trabalhadores das coordenadorias de Meio Ambiente e Posturas da Secretaria de Desenvolvimento; as Secretarias de Planejamento, Ordem Pública e Turismo e Mobilidade Urbana, além das Guardas Civil Municipal e Marítima e Ambiental e Comsercaf.
“Claro que não está tudo pronto. Passamos por um momento de dificuldades econômicas e a busca por parceiros é incessante. Estamos providenciando tudo o que for necessário para que, quando for feita a vistoria para o relatório do dia 21 de janeiro, tudo esteja funcionando perfeitamente,” assegurou o coordenador de Meio Ambiente, Mario Flávio Moreira.
Nos últimos dias, moradores e turistas reclamaram de problemas de acesso à praia; falta de água no chuveiro público; presença de cães na areia; e, invasão de motos na orla do Peró, que foi fechada ao tráfego de veículos. O trecho certificado pela Bandeira Azul tem 500 metros, que corresponde a área da orla onde estão os quiosques.
A maior reclamação, contudo, foi fora da área certificada. Moradores e visitantes protestaram contra a desordem no trânsito, provocada principalmente pela falta de guardas municipais e reboques para remover os veículos estacionados irregularmente. Todos também sofreram com a falta de água. Condomínios preparam ação na justiça contra a concessionária Prolagos, que cobra tarifas com o valor estimado durante o ano para garantir o abastecimento na alta temporada, o que não aconteceu.
Os moradores e os hóspedes dos hotéis denunciaram a poluição sonora, provocada pelo som automotivo. Disseram que o problema se agrava depois das 18h, quando acaba o plantão de guardas municipais e fiscais de posturas. Ambientalistas também reclamaram da ausência de guardas-parques do INEA e de PMs da UPAM de Cabo Frio na fiscalização das áreas protegidas.
Em nota oficial, a Prefeitura de Cabo Frio ressaltou que a certificação Bandeira Azul diz respeito às qualidades de sustentabilidade, acessibilidade e limpeza, sendo que as questões mais importantes, como a qualidade da água, mantêm-se em níveis considerados excelentes, de acordo com a classificação do Comitê Nacional da Bandeira Azul.