Cabo Frio é uma cidade conservadora por excelência, fato! Entender isto é importante para atuações, mobilidades, negociações e luta. No último pleito eleitoral, com a eleição de José Bonifácio, se mostrou uma tendência de se confiar naquilo que de alguma forma já funcionou, uma confiança naquilo que já se conhece, sem muitas apostas.
No anúncio para o secretariado, o primeiro escalão do governo eleito, há um misto de ousadia e esperança. Ousadia pelo velho político estar atento as demandas contemporâneas e colocar um primeiro escalão inclusivo e representativo. Esperançoso por conta dos nomes escolhidos não serem quaisquer nomes, são pessoas com respeito e respaldo comunitário.
Os nomes os quais conheço, pessoas pretas: Aglaia Olegário, Felipe Fernandes, Flavio Guimarães e Clarêncio Rodrigues são nomes oriundos das classes populares, participantes de movimentos de base – Movimento Negro, Educação, Mulheres, Juventudes, Cultura/Artes, como bastante capilaridade e conhecimento sobre o que é luta e sobre o que é comunidade.
Assim se aponta para um entendimento de se, pelo menos, pensar Cabo Frio perto do que ela é realmente é, o povo como possibilidades reais de acesso aos recursos públicos que podem ser de excelência ou próximo disso, diante das escolhas feitas.
Sejamos ousados para mudar nosso futuro e sair do buraco na qual se enfiou e sejamos esperançosos para se vislumbrar a frase dita para quem é de luta e que Cabo Frio começa a estampar de maneira significativa: Representatividade Importa! Vamos porque é só o começo…
*Fabio Emecê é Mc, Professor de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Ensino, Ativista Preto e Cabo-friense