Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revela que a maioria das prefeituras do estado terminou 2024 abaixo da média nacional em gestão fiscal. Entre os municípios da região, Macaé foi o único a ser avaliado de forma positiva, enquanto Búzios e Cabo Frio ficaram fora da lista de boas práticas.
O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) avalia quatro pilares: autonomia financeira, gastos com pessoal, liquidez e investimentos. O desempenho de Búzios em 2024 evidencia fragilidades históricas. O município alcançou IFGF 0,4699, enquadrando-se na categoria “gestão em dificuldade” e revelando que, há 12 anos, depende fortemente dos royalties do petróleo para equilibrar suas contas.
Análise histórica de Búzios (2013–2024):
- Autonomia: marcou apenas 0,2168 em 2024, refletindo baixa capacidade de gerar receita própria. Desde 2013, o índice oscilou, atingindo o ápice em 2016 e 2017 (1,0), mas despencando nos anos recentes, mantendo a cidade perigosamente dependente de transferências estaduais, federais e royalties do petróleo.
- Gastos com pessoal: 0,7456 em 2024, mostrando disciplina relativa no controle da folha, porém com grandes flutuações ao longo da década, incluindo quedas severas em 2015 (0,0947) e 2023 (0,3020).
- Liquidez: 0,8735, um dos pontos fortes, indicando que Búzios mantém reservas para compromissos imediatos, mesmo com baixa arrecadação própria.
- Investimentos: 0,0438, índice crítico que evidencia quase inexistência de aplicação de recursos em infraestrutura, saúde e projetos estratégicos.
O histórico do IFGF mostra uma cidade que, apesar de manter liquidez, falha na alocação eficiente de recursos. O pico de investimentos ocorreu em 2022 (0,6829), mas caiu drasticamente em 2024, indicando instabilidade e mudanças de prioridades administrativas.
Comparação regional:
- Macaé: 0,9471, gestão de excelência
- Cabo Frio: 0,1562, entre os piores desempenhos do estado
- Búzios: 0,4699, gestão em dificuldade
Em resumo, o contraste entre Búzios, Macaé e Cabo Frio indica diferenças significativas na capacidade de gestão fiscal entre municípios com perfil econômico e turístico similar. Enquanto Macaé apresentou IFGF 0,9471 em 2024, Búzios registrou 0,4699 e Cabo Frio 0,1562. A análise detalhada dos indicadores de Búzios mostra autonomia financeira baixa (0,2168), gastos com pessoal relativamente elevados (0,7456) e investimentos críticos (0,0438), apesar da liquidez estar em 0,8735. Esses números sugerem que, embora o município possua reservas suficientes para compromissos imediatos, há limitação na aplicação de recursos em infraestrutura, saúde e projetos de desenvolvimento urbano. O histórico desde 2013 evidencia que a cidade permanece dependente de transferências estaduais, federais e royalties do petróleo há 12 anos, com variações expressivas em investimentos e autonomia ao longo do período.