A obra de arte que encanta turistas na Orla Bardot, em Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, e retrata o ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubistchek, o JK, foi envolvida em trama que tranquilamente poderia fazer parte de um folhetim global. Um grupo de quatro homens retirou o monumento, na madrugada de sábado (26), em um carro de passeio, sem qualquer intervenção, e saíram da cidade pela via principal. O suposto furto foi descoberto apenas nas primeiras horas da manhã quando pescadores perceberam a ausência do presidente.
As informações que chegaram na redação da Prensa, nas primeiras horas da manhã de sábado, foram de que a obra de arte, que pesa cerca de 100kg e é feita de bronze, havia sido furtada e que o caso já teria sido registrado na Delegacia de Polícia (DP) do bairro da Ferradura. As imagens dos suspeitos já circulavam pelas redes sociais, a partir de gravações do Centro de Monitoramento 24h da cidade.
O secretário de Cultura e Patrimônio Histórico do município, Romano Lorenzi, foi o primeiro a se manifestar sobre o suposto furto, lamentando a situação e deixando claro, em vídeo publicado no Instagram, que o governo municipal já contava com um processo em andamento para restauração das esculturas espalhadas pela cidade. E que contava com o empenho dos agentes de segurança na recuperação da peça.
Veja o que ele disse:
No início da tarde, já com a grande repercussão do caso, foi a vez do prefeito de Búzios, Alexandre Martins, publicar em vídeo, nova pista sobre a subtração da obra. Sem dar mais detalhes, explicou que uma força tarefa foi montada para encontrar a estátua de JK e que já havia sido encontrada e estaria retornando para a cidade.
Veja o vídeo:
Logo após a publicação do vídeo, uma nova informação trouxe mais dúvidas ao caso. Segundo apuração do site RC24h, a viúva do doador da escultura, Paulo Penido, a socialite Ìsis Penido, teria contratado uma empresa para realizar a restauração da obra, sem comunicar à Prefeitura. História controversa, que não caiu bem entre os membros do executivo, tampouco foi compreendida pela população, que tratou de chamar o caso de ‘circo’, em diversos comentários nas redes sociais.
Em conversa por telefone com a reportagem da Prensa, o prefeito se mostrou indignado com o caso e chamou de ‘absurdo’ o ocorrido.
“Assim que soubemos que a estátua havia sido retirada da Orla Bardot, imediatamente fizemos um registro de ocorrência, pois até então consideravamos a atitude como roubo. As pessoas que fizeram a retirada da obra terão que responder pelo ato, e exigimos que a escultura seja devolvida ao município, já que temos um processo aberto para reforma de todos os monumentos da cidade”, enfatizou.
Nas primeiras horas da madrugada deste domingo (27), a escultura de JK retornou a Búzios, foi devolvida ao governo municipal e está mantida em segurança na Secretaria de Segurança Pública, no bairro da Rasa. Os quatro homens prestaram depoimento na delegacia, no bairro da Ferradura. O veículo utilizado para retirada da escultura, segundo a PM, ficou apreendido devido a restrições judiciais. Os envolvidos foram ouvidos e liberados.
Sobre a obra de arte
Inaugurada em 2006, localizada na Orla Bardot, trecho da Praia da Armação, faz lembrança ao período em que JK costumava passar suas férias em Búzios, na década de 50, ocupando uma suíte do casarão do século 18, que pertencia a seu ministro-chefe da Casa Civil, Oswaldo Penido, onde hoje funciona um restaurante.
Produzida pelo artista Hildebrando Lima como presente de Paulo Soares Penido, da família de Oswaldo Penido, dono do local onde Juscelino Kubitschek se hospedava em Armação dos Búzios.