Pular para o conteúdo
Search

Búzios cobra antecipado ISS de construção para liberar licença de obra

Prática considerada abusiva, é questionada por engenheiros e arquitetos

Arquitetos e engenheiros civis denunciam a cobrança antecipada de ISS para aprovação de licença de obra em Búzios. Considerada abusiva, esta prática foi adotada pela prefeitura, e exige que o proprietário de um terreno pague o valor relativo ao Imposto Sobre o Serviço de construção, antes mesmo de começar a construir. Durante a live “Roda da Prensa” que abordou o tema da construção civil em Búzios, o engenheiro civil Salviano Leite e o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Núcleo Búzios, Pedro Campolina, trouxeram à tona esta questão, destacando ser uma prática que emperra a economia da cidade.

De acordo com Pedro, nem todo proprietário que entra com processo de licença de obras consegue efetivamente levar adiante os planos de construção, sendo comum a pessoa desistir, ou adiar o início da obra por anos às vezes. Nesse cenário, pagar antecipado pelo ISS, é algo inesperado. Pedro diz que o IAB busca o apoio jurídico para saber se existe base legal para esta cobrança, mas consultas feitas a secretários de fazenda e advogados já indicam que a cobrança não seria regular. A quitação do ISS é solicitada no momento em que o proprietário pede o Habite-se do imóvel, ou seja, quando a obra é integralmente concluída.

O IAB não entende porque o município optou recentemente por esta cobrança antecipada, e destaca que Búzios já é famoso por cobrar taxas de licença de obra com valores que costumam representar até 20 vezes os valores cobrados por municípios vizinhos.

O instituto acrescenta inclusive, que além das taxas serem muito mais caras em Búzios, não basta ter dinheiro para se conseguir construir. É preciso acima de tudo paciência, uma vez que as licenças costumam demorar um ano para serem aprovadas, enquanto outros municípios do estado demoram em média dois meses.

Ressaltando que a maioria dos profissionais autônomos de engenharia e arquitetura, passaram a trabalhar no Rio justamente em função das dificuldades burocráticas, morosidade e altas taxas de Búzios, Salviano traz o seu exemplo. Ele revela que a esposa é arquiteta e desenvolveu um projeto para o bairro da Joatinga, no Rio de Janeiro.

– O terreno lá é muito inclinado, o processo precisou de análise e autorização do Instituto Geotécnico. Uma obra de 600 metros quadrados, um projeto complexo. Levou cinco meses para ser aprovado na prefeitura do Rio, e a licença de obra custou 2 mil e 800 reais. Aqui em Búzios uma obra de 200 metros quadrados na Marina demora 12 meses para ser aprovada e a licença custou quase 20 mil reais. Não estamos falando de um acréscimo de 30 ou 40%, que já seria abusivo. Estamos falando de muitas vezes mais… E com a taxa anual para autônomos é a mesma coisa. Um engenheiro ou arquiteto que queira trabalhar com projetos em Búzios, tem que pagar uma taxa de cerca de 1.200 reais por ano. Em Cabo Frio e Rio das Ostras por exemplo, esta mesma taxa custa 380 reais.

Pedro e Salviano destacam que todas estas situações contribuem para um quadro de ilegalidades que começa na decisão de se construir sem licença e sem auxílio profissional, e termina na perda do controle urbanístico da cidade, e na queda da qualidade de vida da população.

– Precisamos urgente da revisão do código tributário do município. Nós do IAB queremos dar publicidade a esta questão e trazer para o debate com os candidatos às eleições. Búzios não tem código de obras. Temos Plano Diretor, que precisa ser revisto, temos Lei de Uso do Solo, mas o código ainda tem que ser elaborado, levando em conta cada detalhe. Isso precisa ser feito para dar mais clareza à análise dos projetos. Hoje quando se troca a equipe da secretaria de Desenvolvimento Urbano, as regras de aprovação de projetos mudam também, licenças são revistas, e isso gera instabilidade, e não pode ser assim- explica Pedro.

Salviano lembra que o setor de construção civil pode representar a retomada da economia, já que muitos países aceleram a construção civil para aquecer a economia. Ele explica que Búzios possui regras rígidas em relação à taxa de ocupação de terrenos e isso gera controle urbano.

– A sociedade tem que enxergar a construção civil como um setor importante e que diz respeito a todos nós. A construção envolve ordenamento de cidade, geração de emprego tanto nas obras como no comércio e nos serviços, envolve diversos setores. E esta parte importante da economia precisa de atenção em Búzios – completa.

Veja a entrevista completa na live Roda da Prensa.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

Matérias Relacionadas

Cabo Frio sedia Fórum de Desenvolvimento da Região dos Lagos

Tawa Beach Club promete fim de semana repleto de atrações musicais e gastronômicas

Acúmulo de lixo em Itaipava ameaça saúde pública e economia local

Exposição celebra 200 anos da imigração alemã no Brasil

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Receba nossa Newsletter!

Poxa você já está indo? Bem que você, poderia ficar mais um pouco!

Se precisar mesmo ir, não deixe de assinar nossa Newsletter. Todo dia enviamos nossas notícias diretamente no seu e-mail, você fica informado sobre tudo em primeira mão.

Receba nossa Newsletter!

Ahh outra coisa, ao assinar, acesse seu e-mail e confirme que deseja receber nossa newsletter.