Em 12 de novembro de 1995, Armação dos Búzios conquistou a autonomia político-administrativa e deixou de ser distrito de Cabo Frio. Trinta anos depois, o balneário mais internacional do Brasil celebra a data com uma programação que mistura festa popular, arte, memória e debate sobre o que será da cidade nas próximas décadas.
O município cresceu sobre uma base formada por pescadores, artesãos e pequenos empreendedores, até transformar-se em um dos destinos turísticos mais procurados da América do Sul. O mesmo mar que atraiu navegadores e artistas — de Brigitte Bardot, MIck Jagger, passando por nomes de imporancia da alta sociedade carioca e internacional, a anônimos em busca de paz — hoje reflete uma cidade madura, que tenta conciliar a vocação turística com os desafios da expansão urbana, do saneamento e da mobilidade.
A programação oficial dos 30 anos se estende de 10 a 16 de novembro. No palco montado na Praça Tia Uia, na Rasa, artistas como Matheus & Kauan, Fernandinho, Pixote e Thiago Brado se apresentam em shows gratuitos. Paralelamente, a “Festa Literária de Búzios”, na Praça Dona Dita, na Ferradura, reúne autores locais, oficinas e contação de histórias — reafirmando o lugar da cultura no aniversário da cidade.
Entre os destaques das comemorações está o lançamento do livro “Búzios: 30 Anos de Emancipação”, obra que reúne relatos de moradores, ex-prefeitos, lideranças comunitárias e pesquisadores. O livro revisita as lutas políticas que culminaram na emancipação em 1995, documenta transformações econômicas e urbanas e propõe uma leitura crítica sobre os rumos do município. A publicação, em breve, será apresentada em evento aberto ao público, com sessão de autógrafos e mesa de debate sobre identidade buziana e preservação cultural.
As festividades contam ainda com inaugurações e homenagens. O esquema de segurança — articulado pela prefeitura com forças municipais e estaduais — busca garantir tranquilidade aos moradores e visitantes durante o feriado prolongado.
Mais do que um aniversário, a data é uma pausa para balanço. Búzios chega aos 30 anos como cidade consolidada e destino global, mas com questões urgentes a enfrentar: o avanço desordenado sobre áreas sensíveis, o trânsito crescente e a necessidade de um modelo de turismo sustentável.
Nas ruas iluminadas e nas páginas recém-impressas, o que se celebra é a trajetória de um povo que lutou pela própria voz — e agora precisa decidir que futuro quer escrever para os próximos 30 anos.


