Motociclistas estariam circulando com veículos sem placa e burlando as leis de trânsito e desrespeitando pedestres e ciclistas
Não é nova a reclamação de moradores sobre motocicletas no município de Búzios, principalmente pelo barulho provocado pelos canos de descarga adulterados. Mas agora a reclamação também é de motociclistas com motos sem placa burlando as leis de trânsito e desrespeitando ciclistas e pedestres.
A ciclista Mayra Machado é moradora do balneário e passou por uma situação de desrespeito no trânsito. Segundo ela, ao subir na ciclovia próxima à reciclagem, no bairro São José, um motociclista passou por ela em alta velocidade para cortar caminho. “Na hora eu me desequilibrei da bicicleta, mas consegui ficar em pé, quando olhei a moto não tinha placa. Tentei ver o nome do delivery, mas a moto já estava fora do alcance da minha visão”, explica ela sobre a situação.
Ela explica que essa não é a primeira vez que isso acontece. Na sexta-feira (15), quando ela estava pedalando, observou dois homens de moto sem placa que estavam estacionados em cima da ciclovia. “Não retiraram as motos quando me viram, tive que sair da ciclovia e passar pelo acostamento”, explica ela.
A ciclista comenta que essa situação é recorrente e que o desrespeito surge até com xingamentos. “A maior parte desses problemas que tive foram em bairros periféricos onde não há nenhuma fiscalização, seja de trânsito ou de segurança”, complementa ela.
Segundo a Resolução Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) nº 554, de 17 de agosto de 2015, no Art. 4, a permissão do trajeto do veículo sem placa é do local da compra do veículo para o local de emplacamento. Isso até 15 dias depois da compra do veículo. Após esse período, ao circular com a motocicleta sem placa, o motociclista estará cometendo uma infração gravíssima, sujeito a multa, perda de 7 pontos na Carteira de Habilitação e pode ter a moto recolhida.
Do Alto de Búzios, Lara Salum, 24 anos, diz ver inúmeras situações de perigo no trânsito. Ela contou que sempre avista motociclistas sem capacete e em alta velocidade passando pelo “corredor” entre os carros sem olhar a presença de carros ou pedestres.
“Os horários que geralmente saio para pedalar são bem cedo, como forma de evitar acidentes e situações difíceis”, disse a ciclista que também denunciou desrespeito por parte dos motoristas de van.
A Prensa entrou em contato com a Prefeitura e segundo informações, a última fiscalização foi feita em 15 de setembro, mas com objetivo de controlar o uso da descarga adulterada, não de emplacamento. A Operação Descarga Limpa resultou em mais de 40 motociclistas abordados, com sete autuações; também foram notificados alguns condutores sem habilitação e sem capacete.
Questionada também se há algum projeto de segurança para os ciclistas, a Prefeitura informou que a pasta de Segurança Pública ainda vai discutir o tema, porém não deu uma previsão.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.