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Foto: reprodução
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A ser verdade que um país começa nos municípios, também é verdade que num país corrupto como o nosso, a bandalheira começa nas municipalidades. Com certeza não é o ar da Brasília que gera tantos corruptos. Aliás, o Brasil deveria pedir desculpas a Brasília. Para lá mandamos nossos piores bandidos. Enviamos para a Capital Federal o que há de pior entre nós. São Paulo elege Maluf, Rio vai de Eduardo Cunha, a Bahia de oferenda escolhe Geddel, o Pará vai de Jucá e Jader Barbalho, Minas Gerais dá o Aécio e assim por diante. Culpa-se Brasília por tudo, mas o problema está no Brasil.

Nesse conluio histórico (é amigo, a corrupção no Brasil existe desde o início), até por força de divisão geográfica, os municípios se transformaram em chocadeiras de corruptos. E tudo começa nos cabos eleitorais. Vermes sem votos que se aproveitam de um sistema com eleições a cada dois anos para ganhar dinheiro fácil e de origem duvidosa. Pior que cabo eleitoral só mesmo candidato a vereador sem votos.

Esses por sua vez, sabedores de suas precárias condições eletivas, entram na disputa apenas com um intuito: garantir uma quantidade razoável de votos para amealhar um cargo no governo eleito – se possível – numa secretaria tipo a de Postura, que passa a trabalhar com ambiguidades, e com regras subjetivas. E não há nada melhor no mundo para um corrupto que um cargo onde as regras são variáveis.

Pode ser até que o mesmo não se sinta bandido. Se a regra no país é levar vantagem em tudo (e o presidente Temer está aí para comprovar), por que não levar uma graninha do ambulante ilegal cuja licença foi trocada por um voto?

E por que não?

Todo mundo quer ganhar uma graninha a mais, e até aí nenhum problema! O problema é que muita gente quer dinheiro fácil. Como o Lessinho, por exemplo, funcionário da Secretaria de Postura de Búzios, homem forte do vereador Dom, que foi pego pedindo propina para um comerciante de Búzios, segundo gravação anunciada pela vereadora Gladys. O problema é que Lessinho é apenas a ponta do iceberg. O Brasil está lotado de Lessinhos. O famoso bucha de canhão. Lessinho é nosso Rocha Loures. O homem da mala do Temer. Lessinho pede grana para seu líder?  Ele roubaria só para sí? O comum, como vemos nos exemplos da política nacional, é que fique com um pouquinho para si, mas  sempre há mais pessoas envolvidas.

Alguém imagina que o Cunha roubava só para ele? Que o Temer é um acumulador de reais? Ledo engano. Quem entra no sistema rouba para manter o sistema. Seria muito importante que Lessinho revelasse seu chefe. Todo mundo parece saber quem é.

Seria muito bom para a sociedade buziana parar de se ajoelhar para ladrão. Parar de elogiar falsos líderes. A secretaria de Postura nem sempre foi um lugar de corrupção. Nos primeiros governos de Mirinho, era o lugar para aonde iam os mais fracos e os mais despreparados. Quem recebia a indicação se achava punido. Foi no governo Toninho, no entanto, que começou a bandalheira e a vereadora Gladys sabe muito bem disso pois ela era Diretora da pasta, na época. Concidentemente, ou não, foi quando começou a farra dos ambulantes. Época em que se descobriu que as areias escaldantes das praias buzianas poderia render muita grana (suja), e votos.

Mas duvidamos que a Gladys, que agora colhe os louros de ter denunciado o esquema, faça a mea-culpa, que assuma que foi ela também, de uma forma ou de outra, a responsável por “criar” o modus operandis que hoje suja o nome da secretaria de Postura. Algumas pessoas acham que a cidade não tem memória. A vereadora se acha uma heroína por ter descoberto um caso de corrupção. Se pensar bem, vai lembrar de vários…

 

Sandro Peixoto foi por 12 anos repórter do semanário O Perú Molhado, é membro da Associação fluminense de Jornalistas, mora em Búzios, e é um dos fundadores doo Prensa de Babel
Sandro Peixoto foi por 12 anos repórter do semanário O Perú Molhado, é membro da Associação fluminense de Jornalistas, mora em Búzios, e é um dos fundadores doo Prensa de Babel

 

 

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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