No dia da visibilidade trans, dados da Antra mostram o Brasil como 1° lugar no ranking de assassinatos de pessoas trans
Como uma maneira de apoiar e conscientizar sobre a causa, nesta sexta-feira (29), é comemorado o dia da visibilidade Trans no Brasil. Considerados como os indivíduos da sigla LGBTQ mais invisibilizados pela sociedade, pessoas Trans enfrentam diariamente o preconceito, falta de oportunidade e em muitos casos, risco de morte.
A data é marcada pelo primeiro ato público promovido por pessoas transgêneros e travestis no Congresso Nacional, em Brasília. No dia 29 de janeiro de 2004, os manifestantes desenvolveram a campanha “Travesti e Respeito”. A partir deste marco, a data passou a ser lembrada como o dia da visibilidade.
Porém mesmo em meio à campanhas de conscientização, pessoas trans e travestis continuam sofrendo violência todos os dias. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), lançou, nesta sexta-feira (29), um dossiê com um relatório dos casos de violência e assassinatos que foram registrados durante todo o ano de 2020 contra pessoas que fazem parte desta comunidade. Segundo o documento, o Brasil foi o 1º lugar no ranking dos assassinatos de pessoas trans no mundo, com números que se mantiveram acima da média.
De acordo com o dossiê, durante todo o ano, 184 registros casos foram lançados no Mapa anual dos assassinatos de 2020. Entre esse marco, em 175 destas mortes, as vítimas eram mulheres trans, ou seja, pessoas que expressavam o gênero feminino em contraposição ao gênero designado no nascimento.
Durante o relatório, a Antra ressaltou a subnotificação e ausência de dados governamentais.
“Os dados apresentados, além de denunciarem a violência, explicitam a necessidade de políticas públicas focadas na redução de homicídios contra pessoas trans, traçando um perfil sobre quem seriam estas pessoas que estão sendo assassinadas a partir dos marcadores de idade, classe e contexto social, raça, gênero, métodos utilizados, além de outros fatores que colocam essa população como o principal grupo vitimado pelas mortes violentas intencionais no Brasil”, explica o dossiê.
Desconstrução rumo à visibilidade
Sara Wagner York é um dos maiores nomes da luta pelos direitos trans e travestis do país. Mulher trans, pai e avó, Sara é graduada em Letras – Inglês e Literaturas em Língua Inglesa (Licenciatura / UNESA), Pedagogia (Licenciatura / UERJ ) e Letras Português e literaturas (Licenciatura /UNESA), além de ser ativista e participar de movimentos de conscientização por todo o Brasil.
Em entrevista à Prensa, Sara contou sobre a importância do dia da visibilidade e as conquistas que pessoas trans já alcançaram em direitos que, segundo a ativista, geram uma esperança de dias melhores.
A Prensa apoia a luta das pessoas Trans e repudia toda forma de preconceito e descriminação.