Por Tathiana Campolina
Um equipamento pequeno, mas que pode salvar vidas. Este é o “book”, um aparelho de ultrassom que possui uma excelente resolução para o seu tamanho, capaz de fazer uma avaliação rápida de traumas abdominais abertos ou fechados.
No país, o maior número de casos desses traumas acontece em homens na faixa etária entre 21 e 30 anos e as mais frequentes são causadas por arma de fogo ou arma branca, no caso dos traumas abertos, e quedas, agressões e acidentes de carro, no caso de traumas fechados.
O médico radiologista dr. Miguel Alexandre, explicou que quanto mais rápido descobrir a hemorragia, melhor será para salvar o paciente. “Há um percentual grande de pacientes que são encaminhados para a cirurgia após a realização deste exame, pois a partir do momento que se detecta a hemorragia, ela precisa ser sanada para o paciente não ir a óbito”, explicou.
Dr. Miguel ressaltou que muitas vezes pode ser difícil detectar de onde está saindo o sangue, mas que o exame auxilia muito a decisão do médico. “Em alguns casos o paciente poderá ser encaminhado para uma tomografia, a fim de verificar melhor o diagnóstico. O book permite uma avaliação rápida por ultrassonografia, que pode salvar a vida do paciente. Acredito que futuramente toda ambulância terá um aparelho desse para detectar traumas abdominais, principalmente após acidentes de carro”, disse.
O médico contou que os órgãos mais afetados em traumas fechados são baço e fígado. Já nos traumas abertos são intestino, fígado e rins.
. No entanto, devido ao seu tamanho, é possível levar o equipamento até o paciente, o que facilita muito.
“Com o book, conseguimos detectar líquidos na cavidade abdominal, derrames pleurais, derrame pericárdico e lesões de vísceras sólidas. Os diagnósticos são relativamente rápidos, proporcionando decisões mais precisas dos médicos e possibilitando salvar mais vidas”, concluiu dr. Miguel.
No último sábado de março (25/03), dr. Miguel ministrou uma aula na sede do CEDI Diagnósticos para alunos da Liga de Trauma da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo o médico, os estudantes solicitaram a aula e o radiologista levou o equipamento, mostrou o seu funcionamento e como diagnosticar com o book.