Em meio ao turbilhão político que marcou sua turnê pela Região dos Lagos, o ex-presidente Jair Bolsonaro se vê no centro de um escândalo após ser indiciado, nesta terça-feira (19), pela Polícia Federal por falsificação de cartões de vacina, quando ainda era presidente da República, durante a pandemia de Covid-19. O desfecho dessa saga ocorre apenas cinco dias após Bolsonaro fazer seu último espetáculo político na movimentada convenção do Partido Liberal (PL) em Búzios.
A presença de Bolsonaro, que sempre gera controvérsia, agora é ofuscada pelo nevoeiro do indiciamento e suas repercussões políticas. Enquanto figuras como o governador Claudio Castro e o senador Flavio Bolsonaro marcaram presença na convenção, o palco político se transformou em um campo minado de incertezas e questionamentos éticos.
O indiciamento de Bolsonaro não apenas abala a imagem do ex-presidente, mas também lança uma sombra as figuras políticas atreladas a ele na Região dos Lagos, em especial Búzios, que está prestes a enfrentar uma eleição suplementar marcada para o dia 28 de abril. No município quem se arvorou em ter sua imagem ligada a Bolsonaro foi o prefeito interino Rafael Aguiar, o escolhido para ser o pré-candidato pelo PL, também seu pai e presidente do partido, o vice-prefeito afastado Miguel Pereira, e, agora, todos que seguiram Joãozinho Carrilho para o lado de Aguiar.
Além de Bolsonaro, o seu ajudante de ordens Mauro Cid e outras 15 pessoas também foram indiciadas. A a PF enxerga a ação como parte do projeto para a realização de um golpe contra a democracia.