Empresas estrangeiras dominaram o leilão de 12 aeroportos realizado nesta sexta-feira (15) pelo governo na B3, em São Paulo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), com a disputa, realizada em três blocos, a arrecadação à vista do governo ficou em R$ 2,377 bilhões – o que representa R$ 2,158 bilhões acima do mínimo fixado pelo edital para o valor de outorga inicial.
Além do valor à vista, as regras do leilão preveem uma outorga variável a ser paga ao longo dos 30 anos de concessão, estimada em R$ 1,9 bilhão para os três blocos de aeroportos concedidos.
Com novo terminal de passageiros e nova pista de pouso e decolagem, o Bloco Sudeste, que tinha os aeroportos de Macaé, e de Vitória, capital do Espírito Santo, também chamado de Bloco do Petróleo e Gás, teve ágio de 830,15%, sendo arrematado pela Zurich Airport no valor de 437 milhões de reais. Os aeroportos serão administrados por 30 anos.
Para Stefan Conrad, CEO da Zurich Airport Latin America, a concessão de Vitória e Macaé é importante para o crescimento do portfólio da empresa na região.
“A Zurich está trazendo para os aeroportos brasileiros sua excelência operacional no atendimento aos passageiros e às companhias aéreas e também seu alto padrão de segurança, qualidade e pontualidade”, afirma Conrad.
O valor superou em muito o lance mínimo que era de 46,9 milhões de reais, o mesmo tendo acontecido com todos os outros 2 blocos leiloados nesta sexta-feira, na capital paulista, embora o ágio destes tenha superado o ágio do Bloco Sudeste.
Para o prefeito de Macaé, Aluízio Júnior (sem partido), que acompanhou o leilão em São Paulo, a entrada da Zurich Airport Latin America, que já atua no país como concessionária dos aeroportos de Confins, na capital mineira, e de Florianópolis, em Santa Catarina, reforça a importância do município para o mercado internacional.
“A entrada de um grupo desse porte mostra como Macaé continua atrativa e renova a nossa capacidade de receber investimentos. A expectativa é de um novo ciclo de crescimento nos próximos anos”, analisou o prefeito.
Outros blocos
Mais valioso dos blocos, o Nordeste foi o que teve maior disputa, principalmente nos minutos finais do leilão a viva-voz, entre a BTG Pactual, a Zurich Airport e a vencedora Aena Desarrollo Internacional, que arrematou o bloco dos aeroportos de Recife, em Pernambuco; Maceió, em Alagoas; Aracaju, em Sergipe; Juazeiro do Norte, no Ceará; e João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba, por 1,9 bilhões de reais, obtendo ágio de 1.010,69% em relação ao lance mínimo de 171 milhões de reais.
A valorização do bloco se dá principalmente ao potencial turístico da região Nordeste e ao alto número de aeroportos em capitais da região mundialmente reconhecida pela beleza do seu vasto litoral.
O Bloco Centro Oeste, dos aeroportos de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta, todos no Mato Grosso, que entrou no leilão com o menor lance mínimo, de 800 mil reais, acabou com o ágio mais alto, de 4.739%.
O bloco que atenderá principalmente ao agronegócio nacional foi arremato nos segundos finais do leilão por uma proposta de 40 milhões de reais pelo Consórcio Aeroeste, formado por Socicam Terminais Rodoviários (85%) e Sinart Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (15%).