A Black Friday, última sexta-feira do mês de novembro, se tornou uma data comercial importante para o comércio, antecipando as compras de Natal. No Brasil, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio é que mais de R$ 4 bilhões sejam injetados na economia, montante 1,3% a mais do que o registrado no ano passado.
Segundo o coordenador do curso de MBA em Gestão de Negócios da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Roberto Falcão, o consumidor pode e deve aproveitar a ocasião para comprar mais barato, mas deve seguir alguns dicas para não cair em “fraudes”.
QUANTO VALE A PENA APROVEITAR UMA PROMOÇÃO?
Se a promoção for, de fato, honesta, tanto para o consumidor quanto para o lojista, ela vale a pena. O consumidor deve ficar de olho à data de validade (se for um produto perecível), ou uma referência de quanto as empresas cobravam pelo produto antes da promoção, fazendo buscas em concorrentes confiáveis ou o histórico de preços do item.
“Não adianta comprar, por exemplo várias caixas de leite com bom preço, mas perto da validade, pois é possível que você perca o produto e o valor investido, por não conseguir consumir tudo a tempo. Além disso, tente descobrir se a empresa não aumentou os preços dias ou semanas antes da Black Friday, para dar um falso desconto durante a liquidação”.
Segundo o professor, toda promoção justa e que ajude o consumidor a adquirir um produto ou serviço com bom valor, vale a pena. Mas, se você for consumista, fique atento a gatilhos usados pelo mercado, como as palavras “promoção” e “oferta”, para assim evitar comprar por impulso produtos que você não precisa, nem vai usar.
Outra dica é em comprar com desconto coisas que têm valores mais elevados. Por exemplo: um iogurte de R$ 10 com desconto de 20% não faz tanta diferença no bolso; mas um produto de R$ 2000, com 20% de desconto tem um impacto muito maior em termos de economia.
Tenha atenção a brindes e promoção exclusivos e colecionáveis, pois se você for muito fã da marca, ou aquela compra tenha um valor emocional, vale a pena aproveitar, pois a oportunidade pode ser única.
ANTECIPE AS COMPRAS DE NATAL
Se o consumidor está pensando em antecipar as compras para o Natal, esse pode sim ser um bom momento para comprar com economia. “A não ser que você não tenha onde guardar o presente para a pessoa que você ama, para não estragar a surpresa” .
CUIDADO COM O ORÇAMENTO
Organize da melhor forma, seja em uma planilha eletrônica, aplicativo ou papel, o seu fluxo de caixa: quanto você ganha, quais as suas receitas, quais os seus gastos, quais variantes de gastos você pode ter (um caso de doença, por exemplo)? Esse controle ajuda o consumidor a não se endividar e definir prioridades de compras, evitando os gastos por impulso que prejudicarão o orçamento.
Fique atento para não se endividar, pensando que compras parcelas podem, no futuro, competir com despesas e contas fixas, como aluguel, matrícula escolar, água, luz e telefone, para não comprometer o seu orçamento.
ITENS MAIS COMPRADOS
Segundo pesquisa feita pela Pelando, que entrevistou 1600 consumidores em todas as regiões do País em setembro, 21% dos entrevistados pretendem gastar entre R$ 1 mil e R$ 2 mil durante a edição deste ano, enquanto 14% admitiram que vão gastar mais que R$ 2 mil. O método de pagamento preferido dos consumidores deve ser o parcelamento em cartão de crédito (74%), seguido do PIX (56%).
Confira abaixo, ainda, segundo a Pelando, os produtos mais desejados pelos consumidores nesta Black Friday:
Eletrônicos: 86% da preferência;
Games e computadores: 63% da preferência;
Itens de casa e cozinha: 35% da preferência;
Supermercado: 26% da preferência;
Moda: 22% da preferência;
Saúde, beleza e viagens: 16% da preferência;
Serviços de assinatura e delivery: 15% da preferência.
O especialista: Roberto Flores Falcão é Doutor e mestre em Administração de Empresas pela FEA/USP, especialista em Direito Civil e Direito do Consumidor pela Escola Paulista de Direito (EPD), e pós-graduado em Marketing e Design. É Coordenador do MBA em Gestão de Negócios da FECAP. Tem longa experiência em administração de negócios, com destaque para a atuação no varejo, empreendedor, e atua como palestrante e consultor na área de estratégia, marketing e gestão de serviços. É autor de livros e possui diversos artigos sobre empreendedorismo, administração de pequenos negócios, marketing e comportamento do consumidor.