Onde o mar do caribe separa estadunidenses e cubanos o beisebol une. São dois povos apaixonados por esse esporte disputado por dois times de nove jogadores, em um campo com formato de diamante, onde uma pequena bola é lançada por um arremessador que precisa ser mais rápido que o rebatedor.
Nos EUA a Major League Baseboll (MLB) controla e administra as principais competições com estrondoso sucesso financeiro. Para termos ideia, em 2015 sua receita total foi de US$ 8,3 bilhões. Enquanto isso, em Cuba, o esporte é praticado de forma amadora, entretanto com qualidade e sucesso. De 1992 a 2008, o beisebol foi disputado como modalidade olímpica, fincando os cubanos com três ouros e duas pratas, contra apenas um ouro estadunidense.
Porém esse amor pelo beisebol revela problemas políticos e sociais. Desde os anos 40, com o lendário Orestes “Minnie” Miñoso, cubanos atravessam o mar ilegalmente em busca dos contratos milionários da MLB. Ora, uma investida perigosa, pois coloca suas vidas nas mãos dos “coiotes”, além de serem considerados desertores e impedidos de defenderem sua pátria em competições internacionais: o beisebol voltará a figurar como esporte olímpico em 2020.
Mas, antes disso, o MLB anunciou nesta semana um acordo com o governo cubano com vistas a permitir que atletas possam sair legalmente da ilha para jogar profissionalmente nos EUA. As pré-condições são: ter no mínimo seis temporadas disputas e 25 anos.
O empresariado esportivo capitalista adorou! Onde Cuba ganha com isso? Pensemos com calma antes de responder. Mas D. Trump já se posicionou, fará de tudo para que Cuba não lucre com negócios nos EUA.
Rafael Alvarenga é professor de filosofia, escritor e adora esportes