A Bacia de Campos participou na última sexta-feira (11) da 16ª rodada de licitações de concessões das áreas de petróleo e gás realizada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Participaram também as bacias de Santos, Camamu-Almada, Jacuípe, e Pernambuco-Paraíba.
Nas áreas de Campos e Santos, foram feitas propostas e foram arrematados 12 blocos. A arrecadação total em bônus de assinatura foi de quase R$ 9 bilhões, com um ágio médio de 322,74% e investimento mínimo previstos superiores a R$ 1,5 bilhão. Segundo os dados da ANP, foram licitadas cerca de 44,6 bilhões de reservas prováveis, sendo que as empresas estrangeiras levaram mais de 90% dessas reservas.
Além disso, o leilão garantiu o compromisso de perfuração de no mínimo seis poços exploratórios, novos mapeamentos sísmicos, demonstrando que ainda há grande interesse das International Oil Companies (IOC) pelas águas profundas e ultraprofundas da Bacia de Campos.
As propostas vencedoras para os doze blocos leiloados apresentaram oito operadores diferentes: a Chevron, Repsol, Petronas e Shell ganharam dois blocos como operadoras, cada uma; e a Petrobras, BP, Total e Exxon um bloco cada.
As operadoras mais agressivas nos leilões, com exceção da Petronas, são empresas com tradicional atuação na Bacia de Campos. A Chevron operou, até janeiro de 2019, o campo Frade que atualmente produz cerca de 20 mil barris por dia de petróleo, enquanto a Shell atua na Bacia de Campos produzindo cerca de 45 mil barris por dia, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A Repsol, embora não seja operadora de nenhum campo atualmente, é concessionaria de Albacora Leste (com 10% do campo) e tem participado de vários leilões na Bacia de Campos.
Em 2012, a empresa anunciou descobertas no bloco BM-C-33 na área do Pão de Açucar, cujos testes deram resultados preliminares de 5.000 barris de petróleo ao dia de óleo leve e 807.349 metros cúbicos por dia de gás.
Recentemente, os pesquisadores do Ineep (Instituto de Pesquisas do Setor Petróleo), Rodrigo
Leão e William Nozaki, afirmaram que a Petronas possui interesse em ampliar sua atuação no Brasil em vários elos da cadeia petrolífera.
Para eles, os movimentos das operadores que conhecem a Bacia de Campos, Shell e Chevron, principalmente a estratégia da Petronas, apontam que a Bacia de Campos ainda é central para a exploração de petróleo e gás no Brasil.