Investimentos deverão acontecer até 2024. Além da extensão da vida útil dos campos até 2040, ação pode gerar empregos diretos e indiretos em Campos e Macaé
A empresa multinacional francesa de petróleo, Perenco, anunciou que pretende investir US$ 400 milhões no estado do Rio de Janeiro até 2024. A informação foi confirmada em reunião realizada entre representantes do Governo do Rio e da multinacional.
Com presença em 14 países de cinco continentes, a Perenco é operadora dos campos de produção de petróleo de Carapeba, Pargo e Vermelho, comprados da Petrobras em 2019. Todas estas estações são campos maduros localizados em águas rasas da Bacia de Campos, no litoral do estado.
Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Leonardo Soares, os investimentos da Perenco confirmam um horizonte positivo para a indústria de petróleo no Rio de Janeiro e, principalmente, a expectativa de geração de empregos, arrecadação de impostos e royalties para o Estado e municípios.
“Mais da metade dos fornecedores nacionais da Perenco estão localizados no Rio de Janeiro, são 65%. Isso demonstra um comprometimento com a indústria local e com o estado. Além disso, ainda há muito óleo para ser extraído nesse tipo de ativo, que já possui reservatórios descobertos e infraestrutura instalada, o que pode atrair empresas nacionais e internacionais de todos os portes e beneficiar municípios como Campos dos Goytacazes, Macaé e Rio das Ostras – afirmou Soares, que destacou o lançamento, na semana passada, do Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (Promar)”.
Segundo o diretor de Relações Institucionais da Perenco, Leonardo Caldas, os recursos serão utilizados para revitalizar os ativos, com fortes investimentos na substituição de dutos (para restaurar a capacidade de escoamento da produção), na reforma de plataformas de produção, na recuperação de poços e na atualização de sistemas de processamentos.
“Nosso plano de desenvolvimento prevê investimentos firmes da ordem de US$ 193 milhões e mais US$ 200 milhões contingentes, que podem fazer os investimentos totais atingirem US$ 393 milhões até 2024”, afirmou Caldas.
O diretor destacou os avanços obtidos pela empresa em um curto período de atuação. No ano de 2019, estes campos produziam cerca de 3 mil barris de petróleo por dia, alcançando a produção de 5 mil, um ano e meio depois. Ainda de acordo com o direto, duas de seis plataformas foram revitalizadas.
“Conseguimos, junto à ANP, a extensão do contrato de concessão até 2040. Esse é um ativo robusto, bem desenvolvido e de alto potencial, com mais de 200 poços perfurados e apenas 13 abertos – explicou Caldas. Nosso objetivo é revitalizar o campo e retomar o patamar de produção de 2015, entre 15 e 20 mil de barris de petróleo dia, aumentando o fator de recuperação dos poços”, ressaltou.
Os investimentos deverão acontecer até 2024 e, juntamente com a extensão da vida útil dos campos até 2040, têm o potencial de gerar milhares de empregos diretos e indiretos no setor, sobretudo no Norte Fluminense e, principalmente, em Macaé.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, desde 2015 os municípios de Campos dos Goytacazes e Macaé perderam 50 mil empregos em diversos setores, devido à política de desinvestimento da Petrobras na Bacia de Campos.