Quem foi no mercado nos últimos meses pode perceber o aumento no preço dos produtos que fazem parte dos itens de base da alimentação brasileira. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou um panorama geral do ano de 2020 e constatou que os alimentos básicos para refeições de uma pessoa adulta, conforme o Decreto-lei 399/1938, aumentaram em todas as capitais.
De acordo com os dados da pesquisa, as maiores altas foram registradas em Salvador, de 32,89%, e Aracaju, com 28,75%. Em Curitiba foi observada a menor elevação, de 17,76%.
De novembro para dezembro de 2020, o custo da cesta foi maior em nove cidades e menor em oito, com destaque para as elevações de João Pessoa (4,47%), Brasília (3,35%) e Belém (2,96%).
Região dos Lagos
Este aumento reflete não apenas nas capitais, como também nas cidades do interior. Na Região dos Lagos, os mercados do município de Cabo Frio apresentaram uma média de R$116,00 para a compra da cesta.
Já em São Pedro da Aldeia os preços da cesta básica variam entre R$112,00, chegando a R$ 298,00 para as cestas mais completas.
Em 2020, a população brasileira também pode notar uma alta no preço do arroz, nos meses de outubro e novembro. O item que é considerado a base nas refeições de todo o país, chegou a custar R$40,00 em algumas cidades.
Segundo nota divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o fator que mais contribuiu para esta alta foi a pressão no mercado internacional desde o início da pandemia. “Observou-se (desde a declaração de calamidade pública pela OMS em março) um aumento significativo na demanda do mercado externo, o que, somado à restrição de oferta do por alguns países exportadores, com vistas a assegurar o abastecimento interno, ocasionou a forte valorização do grão”, afirmou o texto.
A pesquisa da Dieese ainda aponta que, com base na cesta mais cara que, em dezembro, foi a de São Paulo, o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.304,90, o que corresponde a 5,08 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00. Segundo o órgão, o cálculo é feito levando-se em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Com a renda atual, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, considerando um trabalhador que recebe salário mínimo e trabalha 220 horas por mês.