No Rio, nesta quinta-feira (15), uma multidão começou uma vigília em protesto a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista dela, Anderson, na Cinelândia e caminhou em direção a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) onde mais pessoas chegaram e o sentimento era de dor, tristeza, mas também de “sede de justiça”, como lembrou um dos manifestantes.
Mulheres dos movimentos sociais, negros e LGBT tiveram a palavra, assim como representantes do PSOL e de outros partidos. Marcou o discurso emocionado da vereadora de Niterói Talíria Petrone, também do Psol, do deputado federal Glauber Braga (PSOL), que era amigo intimo de Mairelle, e também a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que como médica auxiliou as pessoas que passaram mal durante o ato, pela emoção e pelo sol forte.
O atentado covarde à Marielle motivou atos em todo o mundo, capitais do Brasil, Argentina, no Parlamento Europeu, e está chamando a atenção da comunidade intencional para as consequências do golpe parlamentar que, entre outras coisas, derrubou a presidente Dilma Rousseff, iniciado em 2016 com forte apoio de setores empresariais e da chamada Grande Mídia.
No ato, dirigentes do PSOL nacional informaram que Michel Temer ligou para o partido oferecendo apoio federal para o caso Marielle, e, de acordo com o PSOL, recebeu a resposta de que “retirasse os exercito das comunidades do Rio de Janeiro.”.
Entenda o caso
Vereadora eleita com 46 mil votos pelo PSOL, negra, mãe solteira, 38 anos, socióloga, lésbica, criada no Complexo da Maré. Marielle Francisco da Silva era uma líder política defensora dos direitos humanos. Ela se opunha à violência da Polícia Militar e à intervenção federal nas comunidades cariocas. Na noite de ontem, 14, ao deixar um evento sobre a atuação de mulheres negras na política, Marielle foi executada com quatro tiros, na rua Joaquim Palhares, no centro da capital fluminense quando voltava evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Lapa. Os assassinos não levaram nenhum pertence dela, nem do motorista, Anderson Pedro Gomes, do carro em que estavam – ambos foram mortos no local. Marielle deixa uma de 19 anos.