Artistas, intelectuais, políticos, servidores e representantes de universidades se reuniram na noite desta quarta-feira (28), no Teatro Casa Grande, no Leblon, para prestar apoio à candidatura de André Ceciliano, da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), para o Senado Federal. Entre os presentes, estavam a cantora Joanna, que emocionou o público ao cantar um trecho de “Nos bailes da vida”, de Milton Nascimento; o compositor Wagner Tiso, a atriz Ângela Ribeiro, o cantor Carlos Dafé, o cineasta João Ximenes Braga, o ex-ministro da Igualdade Racial Eloi Ferreira, o defensor público geral do estado, Rodrigo Pacheco, o filho do cartunista Henfil, Ivan Cosenza, além de políticos e dirigentes partidários e sindicais. A chuva que caiu sobre a cidade atrapalhou a chegada de alguns dos convidados, que mandaram mensagens de apoio ao petista. Dentre eles, a cantora Teresa Cristina, os atores Zezé Motta, Paulo Betti e Tonico Pereira e o cineasta Luiz Carlos Barreto.
— Nenhuma eleição é fácil, mas não tenho dúvida que no próximo domingo vocês vão eleger um senador que é um trabalhador, dedicado, que ama o Rio de Janeiro e conhece cada região do estado — disse o petista aos apoiadores. — Historicamente, esse é o último voto do eleitor e muitos ainda não sabem em quem votar. Não tenho dúvida que estamos crescendo. Essa é a hora de irmos para as ruas conquistar mais votos.
No encontro, foram destacas medidas do deputado para a área cultural. Ele é autor da Lei do ICMS da Cultura, que garantiu mais recursos para espetáculos nacionais no estado do Rio. Ele também tombou diversos equipamentos culturais e históricos como Patrimônio Cultural do Rio, dentre eles o Cais do Valongo e o Sítio Burle Marx.
— André certamente irá fazer a diferença no Senado. Tenho certeza do talento do André que tem mostrado em todo esse tempo de vida pública, a capacidade de diálogo em todas as frentes. Esse amor necessário na política que eu acredito que o André tem — disse a cantora Joanna. — Fui orientada por empresários a não falar sobre política, a não desagradar parte do meu público, mas é chegado o momento de dar um basta! — continuou a cantora.
A gestão de André Ceciliano como prefeito de Paracambi, na Baixada Fluminense, também foi elogiada durante o evento. Lá, ele fez uma verdadeira revolução, com a erradicação do analfabetismo e a criação da Fábrica do Conhecimento, um complexo educacional com cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, além de uma unidade da Escola de Música Villa-Lobos.
— A educação está no DNA do André. Quem não conhece Paracambi, vale a pena conhecer a Fábrica do Conhecimento. Paracambi é provavelmente a única cidade da Baixada que vende instrumentos musicais. Isso por causa da fábrica — destacou a professora da PUC-RJ Gisele Cittadino.
O evento também contou com a participação do antropólogo Luís Eduardo Soares, que já havia lançado uma carta de apoio ao petista intitulada “O que eu sei sobre André Ceciliano”. No teatro, Soares destacou a gestão do deputado à frente da Assembleia Legislativa.
— Foi com a incrível coragem de ser simples e gentil que André impediu que a esmagadora maioria bolsonarista na Alerj fizesse avançar suas pautas conservadoras. O triunfo foi resistir em tempos tão sombrios e em meio a uma tempestade fascistoide. Não se enganem com o jeito modesto do André.
O senador da Educação
Como presidente da Alerj, André Ceciliano foi responsável por barrar projetos da extrema-direita contra a educação pública, como os que pretendiam extinguir a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e o sistema de cotas. Também garantiu importantes avanços para a instituição, como destacou o ex-reitor Ricardo Lodi, que entregou ao candidato um documento assinado por 370 professores e servidores da universidade que apoiam a eleição de André para o Senado:
— Fizemos uma pequena revolução na UERJ, que sempre foi alvo de fascistas. André transferiu recursos para nova sede do CAP UERJ, para construção de um navio oceanográfico, para a implementação do maior programa de assistência estudantil durante a pandemia, foram mais de 10 mil tablets e um auxílio em dinheiro para os alunos cotistas. Ele foi um parceiro na liberação do orçamento porque muitas vezes o orçamento não consegue ser executado. E ele articulou para que as universidades não perdessem. Conseguimos quintuplicar a verba de auxílio estudantil e nada disso seria possível sem o André.
Outras instituições foram apoiadas com recursos economizados pela Assembleia Legislativa durante a presidência de André Ceciliano – uma média de R$ 500 milhões por ano. Dentre as instituições, estão a UFF, que recebeu R$ 18 milhões para construção de um biotério, e a UENF, que vai ter uma nova sede em Cabo Frio, na Fazenda Campos Novos, após repasse de R$ 30 milhões. André Ceciliano também é autor da Lei da Escola Sem Mordaça, para garantir nas escolas do Rio a liberdade de opinião para alunos e professores.
O último voto do eleitor
Às vésperas do primeiro turno, apoiadores destacaram o cenário atípico para eleição ao Senado em todo o país. Eles defendem que o voto para o Senado é o último a ser escolhido pelo eleitor, geralmente nos dois últimos dias do pleito eleitoral. Nas eleições de 2018, por exemplo, Dilma e César Maia lideravam a corrida para o Senado nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente. Ambos perderam a eleição.
— Fui candidata ao senado, mulher negra e tabelada. Estava em quarto lugar porque tinham figuras históricas do Rio de Janeiro na disputa. Enfrentei Nelson Carneiro e tantos outros mais. E eu ganhei deles! Mas não fui eu sozinha, foram vocês que ganharam porque nós tínhamos um projeto. E hoje esse projeto é o André! — disse a candidata à reeleição como deputada federal, Benedita da Silva.
— Lula tem dito com todas as letras que precisa de bancada na câmara dos deputados e no Senado. Por isso, estamos aqui para abraçar e impulsionar a eleição do André. É uma tradição aqui no Rio de Janeiro que a eleição para senador se defina nos últimos dias da corrida eleitoral – reiterou o candidato a deputado federal Wadih Damous.
Teatro é exemplo da atuação de André
Palco de grandes espetáculos nacionais e de importantes momentos da política brasileira (como o anúncio do fim da censura artística em 1985, pelo então ministro Fernando Lyra), o Teatro Casa Grande quase fechou as portas em 2020. Deputado estadual e presidente da Alerj, André Ceciliano aprovou uma lei para garantir o funcionamento do espaço.
Na época, a Secretaria de Estado de Cultura chegou a lançar um edital para renovação da cessão do espaço, que há mais de 50 anos era ocupado pelo Teatro Casa Grande. O formato do edital acendeu um alerta na direção do espaço, que classificou como absurdas as exigências feitas pela secretaria. Além de estabelecer uma espécie de “aprovação prévia” dos espetáculos, o edital pretendia exigir a construção de diversos espaços para alimentação, o que inviabilizaria a continuidade do teatro no espaço.
O Tribunal de Contas recomendou a suspensão do edital após uma ação da Associação Teatral Casa Grande e a secretaria prorrogou o uso do espaço por mais 180 dias. Menos de um mês depois, André Ceciliano apresentou e pautou o projeto que viria a se tornar a Lei 8.774/20, autorizando o Governo do Estado a renovar a cessão do imóvel especificamente para o Teatro Casa Grande. Em 2021, a cessão do espaço foi renovada por 10 anos.
Outro exemplo é o Armazém da Utopia, na zona portuária do Rio. André é autor da Lei que tombou o lugar como Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro, como lembrou o diretor do espaço, Luiz Fernando Lobo.
– A gente foi duramente bombardeado no governo Bolsonaro e a nossa principal defesa foi o André. Não era uma defesa fácil, embora tenhamos um contrato válido por 40 anos, mas era uma questão ideológica. Foram dois anos de luta incessante e ele estava junto conosco semanalmente. Ele foi um defensor incansável. Não estamos com André apenas pelo que ele fez pelo Utopia, mas pelo que ele fez e fará para todo o Rio de Janeiro.