Balões brancos foram usados para representar as vidas perdidas no setor petróleo durante os dois anos de pandemia
No portão da Praia Campista da base de Imbetiba, em Macaé, petroleiros foram recebidos para o trabalho, na segunda-feira (4), por um ato público do Sindipetro-NF para marcar os dois anos da pandemia da Covid-19. A atividade utilizou balões brancos para representar as vidas perdidas no setor petróleo, banneres com homenagens às vítimas e distribuição de Boletim Nascente Especial com as ações do sindicato contra o negacionismo da Petrobrás.
Familiares de algumas das vítimas da Covid-19 entre os petroleiros participaram do ato. A bancária Gisela Figueiredo de Souza, que perdeu o esposo para a doença em 21 de agosto do ano passado — o petroleiro aposentado Robson de Azevedo Rocha, 64 anos —, falou em nome das famílias para parabenizar o sindicato pela iniciativa e lembrar que a vigilância continua a ser essencial.
“Esse é um ato justo e muito bacana, no sentido de que é muito mais de conscientização dos trabalhadores. Não é só ele que pode ser infectado, mas também os seus parentes, amigos, colegas. Todos podem fazer a sua parte, como o Sindipetro está fazendo”, disse Gisela.
Nesta segunda aconteceu o retorno de 100% do pessoal administrativo ao trabalho presencial nas bases da Petrobrás. O coordenador geral do sindicato, Tezeu Bezerra, orientou a categoria a manter o uso de máscaras e a rotina de testagens, mesmo com o fim da obrigatoriedade no município, para continuar a prevenção. “Recomendamos continuar com esses cuidados, porque a vida é o bem maior”, afirma.
O boletim especial preparado para o ato traz as medidas que o Sindipetro-NF tomou, como criação de um protocolo de prevenção, que viria a ser referendado pela Fiocruz e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), cobrança por transparência da Petrobrás, distribuição de máscaras de qualidade para os trabalhadores e parceria com IFF para produção de sabonete líquido para comunidades em vulnerabilidade social.
Além disso, o sindicato manteve solicitações às prefeituras por fiscalização nos aeroportos e no Heliporto do Farol, foi vigilante as cobranças por melhorias de condições dos hotéis utilizados em quarentenas, realizou a Greve pela Vida, disponibilizou testagem para a categoria, fez denúncias à imprensa e a órgãos fiscalizadores sobre surtos nos locais de trabalho, participou de audiências públicas e moveu ações jurídicas contra a empresa.