Orixá representa aquele que mata a miséria e a fome com a flecha
O jogador da seleção, Paulinho, ao realizar o quarto com gol do time brasileiro nas Olimpíadas, em Tóquio, comemorou a vitória simulando atirar uma flecha, em homenagem ao orixá Oxóssi. O jogo ocorreu na quinta-feira (22) e era contra a Alemanha. O Brasil ganhou de 4×2 na estreia em campo.
Após o jogo, o atleta, publicou nas redes sociais a frase “Okê Arô! Saravá meu Pai”. Um dia antes da partida, em um texto publicado no site “The Players Tribune”, o jogador falou da ligação que possui com o culto brasileiro de matriz africana, o que ele considera uma filosofia de vida. A família está na religião do candomblé e umbanda há gerações. “Tenho muito orgulho da minha religião”, comenta Paulinho no texto.
O momento se tornou relevante por carregar representatividade e respeito. Nas vitórias em campo os jogadores tendem a comemorar com gestos cristãos, assim, como Neymar nos Jogos do Rio em 2016, que usou uma faixa escrita: “100% Jesus”. Paulinho, movimentou as redes com um gesto diferente ao se comemorar um gol.
O jogador é filho dos orixás, Oxóssi e Iemanjá. As relações paternas e maternas são descobertas dentro da religião por meio do oráculo dos búzios. Oxóssi, que foi homenageado por Paulinho, é o orixá das florestas, da mata e da caçada. O “ofá”, símbolo que o representa, é arco e a flecha. No Candomblé ketu, as quintas-feiras é dia do orixá.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.