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Crime causa reflexão e revolta sobre as mortes de negros que vivem em comunidade.

O músico perdeu a vida aos 27 anos de idade.

“Desde sempre soube o que queria, que era ser reconhecido no cenário do rap e do trap nacional com as suas músicas”. Esse é o depoimento de um amigo do jovem Geovane Nascimento de Oliveira, que foi assassinado na noite de domingo (14), no bairro Parque do Aeroporto, em Macaé. Segundo esse amigo, que preferiu não se identificar, o músico foi confundido por traficantes de comunidade rival e perdeu a vida aos 27 anos de idade.

Eletricista, Geovane trabalhava duro para poder ajudar sua família. O amigo explicou que ele já havia passado por muitas coisas na vida, mas sempre acreditou num futuro melhor.

“Por ter passando por tantas coisas, motivava os amigos e as pessoas ao seu redor para não desistir, por mais difícil que fosse. Ele era o exemplo vivo disso e, por isso, era tão querido e tinha tantos amigos”, disse o amigo.

A morte de Geovane retrata a realidade de muitas comunidades espalhadas pelo Brasil. Jovens negros, de famílias pobres, confundidos com criminosos. O músico não possuía antecedentes criminais e sua cruel despedida causou muita comoção nas redes sociais. Na página da Juventude do PT Macaé foi publicada uma reflexão sobre o assunto.

“Convivemos com a criminalização da Cultura Negra na nossa sociedade, como acontece com o Rap, o Trap e o Funk. A violência policial que mata e encarcera pretos e pretas todos os dias. Pra piorar, nossas favelas são divididas em facções e o nosso próprio povo se mata, entre nós mesmos, defendendo bandeiras que a nós só trazem derramamento de sangue. E é devido a essa divisão que hoje choramos a partida de Geovane, o NB(Enibe) assassinado por uma disputa que NUNCA fez parte, uma bandeira que NUNCA levantou. Bem pelo contrário, tentava através de sua arte tirar jovens do mundo do crime, mostrando por sua vivência que outros caminhos são possíveis. MC não é traficante, quando vão entender isso? ‘Quantos foram abatidos e não eram envolvidos?’ O seu talento, a sua pureza, o seu trabalho, a sua arte, a sua LUTA ficará entre nós”, disse um trecho da postagem.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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