Na Assembleia Geral das Nações Unidas, a Argentina foi o único país a votar contra uma resolução que visa intensificar os esforços para prevenir e eliminar todas as formas de violência contra mulheres e meninas. Em 2023, a Argentina registrou 322 feminicídios, o que equivale a aproximadamente um caso a cada 27 horas.
Votação na ONU
Em 14 de novembro de 2024, a Assembleia Geral da ONU aprovou por ampla maioria uma resolução que busca fortalecer ações globais no combate à violência de gênero. A resolução obteve 170 votos a favor, incluindo os do Brasil e dos Estados Unidos, e 13 abstenções, entre elas Irã, Rússia, Coreia do Norte e Nicarágua. A Argentina se destacou ao ser o único país a votar contra a proposta.
Posicionamento do Governo Argentino
A decisão ocorre sob a administração do presidente Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023. Milei, conhecido por suas posições liberais e críticas a organismos internacionais, tem adotado uma postura mais alinhada com políticas de direita, o que pode ter influenciado o voto contrário do país na ONU.
Repercussão Internacional
A postura argentina gerou reações negativas nas redes sociais, com cidadãos expressando desapontamento pelo posicionamento isolado do país em uma questão de direitos humanos. Usuários criticaram o governo atual por “passar vergonha na comunidade internacional” e por “repetir erros do passado”.
Compromisso com os Direitos das Mulheres
A resolução da ONU visa reforçar os compromissos internacionais na luta contra a violência de gênero, promovendo políticas públicas eficazes e a proteção dos direitos das mulheres e meninas em todo o mundo. A aprovação da resolução é vista como um passo importante para enfrentar a “pandemia global” da violência contra as mulheres, conforme destacado pela ONU em ocasiões anteriores.