Na noite deste domingo (25), o jornalista e apresentador da TV Globo, Serginho Groisman, e o jornalista, escritor e ativista social Manoel Soares participaram do segundo dia da Araruama Literária 2025. Durante o encontro, os dois convidados compartilharam reflexões sobre o poder transformador da leitura, da educação e da cultura. Ao ser questionado sobre sua relação com a literatura e o protagonismo que sempre dedicou à juventude, Serginho relembrou suas origens e o início de seu apreço pelos livros.
“Na minha época, éramos obrigados a ler os grandes mestres da literatura, como Graciliano Ramos. Até que uma professora nos apresentou Fernando Pessoa. A forma como ela conduziu a leitura despertou, de fato, o prazer pela literatura. O que faz a diferença é a curiosidade”, afirmou. Serginho também destacou sua experiência como educador, relatando um método inovador que implantou na faculdade onde foi diretor. “Não havia chamada oral; o aluno decidia se deveria passar ou não, a partir do seu próprio compromisso com o aprendizado”, contou, arrancando risadas da plateia.
Em tom descontraído, o apresentador ainda narrou sua trajetória profissional, desde o jornal impresso e o rádio até a televisão. “Eu era jornalista de imprensa escrita e depois comecei no rádio. Foi o Fernando Meirelles — diretor de filmes como Cidade de Deus — quem sugeriu que eu fosse para a TV. Comecei na TV Cultura, depois passei pelo SBT até chegar à Globo”, relembrou. Serginho ressaltou, ainda, o desafio de democratizar a televisão, o que deu origem ao Programa Livre e, posteriormente, ao Altas Horas.
Com bom humor, Manoel Soares apresentou ao público “uma tecnologia revolucionária para o ano de 2070, que funciona sem bateria, sem internet, sem código: é só abrir e ler”, brincou, exibindo um livro e arrancando risadas. Ele também foi aplaudido ao declamar, de maneira coloquial, uma história que, na verdade, era uma música de Cartola. Depois, repetiu a performance com uma canção de Mano Brown, concluindo: “A poesia é o caminho mais rápido para a felicidade do corpo.”
Em um momento de emoção, Manoel lembro que sua infância foi marcada pela ausência paterna. “Meu pai perdeu a vida por causa do crime, por escolhas erradas. Por isso, hoje, busco ser o melhor pai para os meus filhos, o pai que eu gostaria de ter tido”, declarou, sendo aplaudido de pé. Ao final, o público deixou a tenda com a convicção de que um mundo melhor se constrói com educação, cultura e literatura.