Antes de ser fechado, o Museu tinha recebido mais de 600 mil visitantes ainda funcionando em dependências provisórias.
Mais de 800 pranchas garimpadas em todo o mundo, carros usados por surfistas nas décadas de 60 e 70 e filmes sobre surf fazem parte do acervo do Museu Internacional do Surf de Búzios, que passou pela cidade há dois anos, no fim de 2014.
Fechado há quatro anos em Cabo Frio e passando por Búzios, o Museu Internacional do Surf vai reabrir as portas na primeira semana de 2017 nas terras cabofrienses. A volta do Museu foi confirmada pelo prefeito eleito Marquinho Mendes e pelo criador do Museu, o Telmo Moraes. Com 823 pranchas raras, entre outras atrações, o museu é o maior da América Latina e um dos três maiores do mundo em número de peças.
Criado há 19 anos, o museu funcionou até 2012 em Cabo Frio, na Região dos Lagos, onde recebeu mais de 600 mil visitantes desde a sua inauguração. Telmo busca pranchas raras em todo o mundo e tem no seu acervo a prancha do americano Jess Clark, que ficou famoso ao surfar nas ondas da praia de Mavericks, na Califórnia, considerada uma das mais perigosas do planeta, quando tinha apenas 17 anos. Vitor Ribas, natural de Cabo Frio, tem um espaço especial no museu. Até 2014, o Victor era o brasileiro com a melhor colocação no circuito mundial de surf de 1999, ficando em terceiro lugar.
Antes de ser fechado, o Museu tinha recebido mais de 600 mil visitantes ainda funcionando em dependências provisórias. Foi feito um prédio na Praia do Forte, junto ao Teatro Municipal, para ser a sede do museu. O MIS, contudo, funcionou no local apenas por um dia porque não houve acordo com o prefeito Alair Corrêa. “O Museu do Surf era o destino fechado mais visitado de Cabo Frio. Jamais poderia ter sido fechado devido à sua importância para o turismo da cidade. O acervo é fantástico e certamente baterá recordes de visitação assim que for reaberto”, previu o prefeito eleito.
Além das pranchas, o museu tem atrações como nove veículos de época, totalmente originais, que eram usados pelos surfistas para transportar suas pranchas, que Telmo Mores garimpou em praias de várias partes do mundo. O acervo tem revistas e equipamentos antigos usados por surfistas, como uma parafina de 62 anos ainda na sua embalagem original. Telmo não se arrisca a apontar a prancha mais valiosa. “Quando você tem três filhos, você não aponta qual é o mais importante, o mais valioso. Assim funciona com as pranchas. Cada uma que selecionamos tem uma história, uma importância diferente. Estou muito feliz com a reabertura do museu”, disse Telmo Moraes.
Durante mais de 20 anos, Telmo, curador do museu, visitou os principais pontos de surf na América Latina para buscar não somente pranchas de bodyboard e longboard, skates dos anos 50, DVDs, pinturas, quilhas, troféus e outras preciosidades. “São produtos como este que qualificam o turismo do nosso rico interior fluminense. A Região dos Lagos, em especial Cabo Frio, possui belas praias, mas também uma rica história e locais muito interessantes para serem visitados“, comentou Marcos Navega, presidente da Federação de Conventions Bureau do Estado do Rio.
A expectativa é que o acervo seja montado durante a semana para a reinauguração no dia 7 de janeiro.