Após uma intensa campanha eleitoral, baseada em muita conversa com os eleitores, principalmente do interior do Estado, o vereador macaense, Marcel Silvano (PT), fala sobre a experiência de disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, mesmo sem muitos recursos, e sobre seus receios com o resultado das eleições e o rumo do país.
O jornalista, eleito por duas vezes como vereador em Macaé, apesar de não ter sido eleito para o Legislativo estadual, ficou marcado como uma grande liderança no interior do Estado, após conquistar quase dez mil votos nas eleições de outubro, mesmo com poucos recursos financeiros e de outros contratempos enfrentados durante a busca por votos.
“Foi um enorme privilégio, um desafio. Atingir quase 10 mil votos, como uma liderança do interior que foi às ruas falar com as pessoas; Enfrentando as máquinas das prefeituras e candidaturas de enorme poder econômico e estimuladas por esse avanço conservador”, conta o vereador, que conseguiu reunir juventude, mulheres, homossexuais, católicos, evangélicos e gente de outras crenças, movimentos sociais, e pessoas das mais diferentes culturas em prol da sua campanha. “Representamos um setor que acredita na política como espaço de combater injustiças, superar a violência e promover a paz e respeito entre as pessoas. Saio convencido de que cumpri meu papel”, afirma de forma convicta o vereador.
Apesar de considerar o resultado obtido positivo, o vereador lamenta o cenário que encontrou durante a campanha. Segundo ele, o real significado da disputa acabou ficando em segundo plano, deixando difamações e brigas darem o “tom” para as campanhas.
“Ainda não fizemos balanços. Mas, o sentimento que fica é que o esvaziamento do conteúdo, na disputa eleitoral, deu o tom e definiu. A comunicação e suas novas formas foram definitivas, e a dificuldade de identificar autores de notícias falsas, e os limites da Justiça em punir os responsáveis, desviaram o verdadeiro sentido da disputa, que são os programas, as prioridades, os programas sociais. Vimos um retrocesso, uma agenda conservadora, desconectada com a realidade das políticas públicas”, frisou o vereador.
Com relação ao futuro do país, após as eleições, Marcel acredita que é necessário atenção para evitar que a democracia seja afetada. ” Há um sério risco à democracia, às liberdades de manifestações e reivindicação. Teremos que ser muito atentos a isso, pra poder evitar que os sinais anunciados se confirmem”, finalizou o vereador.
Sobre a possibilidade de novos rumos na política, Marcel deixa uma incógnita, mantendo sua ideia de continuar trabalhando em prol do melhor para Macaé.
“Estou avaliando todos os cenários. Mas, o certo é que começo, em janeiro a colaborar na construção de um Plano de Governo com um conjunto de propostas e metas para fazer de Macaé uma cidade mais justa e com oportunidades. Independente da disputa que se concretizar, vou colaborar com conteúdo da Macaé que precisa vir”, finalizou Marcel