Fogo devastou uma área equivalente a 171 campos de futebol
Incêndio de grande proporção que atingiu a Área de Proteção Ambiental (APA BR) na última quinta-feira (10), em Cabo Frio, durou três dias e fez um grande estrago na fauna e flora da região.
De acordo com o Chefe Do Parque Estadual da Costa do Sol, André Ricardo Augusto, o fogo começou por volta das 18h de quinta-feira e foi controlado totalmente às 11h de sábado (12). Foram três dias de queimada e combate ao incêndio. Um helicóptero e três caminhões, além de aproximadamente 40 pessoas, trabalharam para conter a queimada.
Na manhã dessa segunda-feira (14), o Jornal Prensa de Babel recebeu imagens aéreas do local onde aconteceu o incêndio. “É surreal o tamanho da área queimada”, exclamou o cinegrafista Bruno de Bonis, piloto do drone que fez as imagens, após editar o vídeo. Segundo informações fornecidas pelo Instituto Estadual de Ambiente (INEA), cerca de 122 hectares de vegetação nativa da Area de Proteção Ambiental da Costa do Sol, chamada de “APA BR”, foram destruídas. Isso equivale a uma área equivalente a 171 campos de futebol.
Moradores das proximidades da reserva, já sentem os efeitos da devastação. “Moro aqui há mais de 2 anos e nunca recebi uma visita de micos, nos últimos dias eles tem vindo aqui sempre pela manhã. Tinha um até com um filhote nas costas”, contou Maria Flor, moradora do Condomínio dos Pássaros, localizado em frente a APA.
O biólogo Henrique Abrahão Charles explica que esses incêndios são, em sua maioria, criminosos, ocorrendo por causa de uma guimba de cigarro ou pessoas com o objetivo de invadir terras. “Essa mata não pega fogo espontâneamente. Eles queimam determinada área e o fogo acaba se espalhando incontrolavelmente”, diz. Ainda segundo o Henrique, a área devastada não será recuperada tão cedo. “A vegetação desse lugar não será recuperada nem em 100 anos e é possível que algumas espécies de plantas tenham chegado ao fim sem a possibilidade de regeneração”, afirma ele.
Apesar da grande queimada, o Chefe do Parque Estadual da Costa do Sol afirma que fez uma ronda de quadriciclo no local prejudicado e não achou nenhum animal morto em meio a mata. O biólogo complementa ainda, que é necessário que a Prefeitura e o estado ampliem a fiscalização de forma que impeça a invasão das áreas de Proteção, para ele, principal motivo dos incêndios.
A equipe de jornalismo do Prensa de Babel entrou em contato com a Prefeitura e aguarda um posicionamento.