A Justiça de Iguaba vetou a prisão preventiva do pastor Leandro Marinho, suspeito de abusar da filha de três anos de idade no último dia do ano passado. O pedido da detenção cautelar do pastor foi feito pelo delegado titular da cidade e recomendado pelo Ministério Público, depois que um laudo emitido pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e confirmado por parecer do legista do IML que houve escoriações na genitália da criança. Contudo, a juíza da comarca de Iguaba Grande entendeu que o suspeito não oferece perigo a ponto de ficar preso.
A juíza também concedeu ao suspeito que o mesmo tem permissão para ver a filha, desde que mantenha 500m de distância.
A advogada da família, Lilian Brasil, já entrou com recurso, em instância superior, para que a decisão seja revertida. O Ministério Público tem 15 dias para avaliar a deliberação e também decidir se vai recorrer ou não.
A família da menina está em estado de choque desde o ocorrido, segundo a advogada. A garotinha, conforme teria dito a mãe (que é separada do pastor), vem apresentando alguns comportamentos, que até então eram inexistentes, desde que voltou da casa do pai: voltou a fazer xixi na cama e “está muito manhosa” (palavras da mãe da criança).
O laudo apresentado pelo médico da UPA – que fez o primeiro atendimento e realizou exames na garotinha – informa que houve “ação contundente – apresenta em paredes vaginais pequena escoriação à direita, ao nível da fúrcula”.
“Eu perguntei a vários médicos para saber exatamente o que isso significava. Eles me explicaram que o que ocorreu foi uma fricção, uma ação forçosa, com pressão, na genitália da criança. A mãe da criança ficou – e ainda está – em choque quando ouviu da filhinha que o “papai tinha mexido no órgão genital dela e que estava doendo. Nos autos do processo eu explicitei tudo isso, passo a passo, mas acho que a juíza não entendeu o que foi essa ‘ação contundente'”, disse Lilian Brasil.
O laudo do IML também aponta que não houve penetração ou rompimento de hímen, mas a genitália ficou bastante inchada e havia escoriações no lábio vaginal.
FAMÍLIA DA CRIANÇA ESTÁ CONSTRANGIDA E NÃO SAI DE CASA. PASTOR RECEBE APOIO DE FIÉIS
E os desdobramentos do caso não param por aí. A mãe e familiares da garotinha têm evitado sair de casa. O caso já é sabido pela cidade e eles têm medo de retaliação e até por vergonha mesmo, de acordo com a advogada.
Muitos estão indignados, mas um grupo de seguidores faz questão de demonstrar o apoio ao pastor Leandro Marinho.
ÁUDIO ESPALHADO EM GRUPO DE WHATSAPP APONTA MÃE DA CRIANÇA COMO MENTIROSA E CRIA BOATARIA
Um áudio que está circulando em grupos de WhatsApp de Iguaba Grande tem indignado ainda mais os familiares da vítima. O arquivo, gravado por uma mulher, diz que a mãe da garotinha mentiu e que não teria apresentado qualquer exame que comprovasse o abuso cometido pelo pastor à própria filha. O que não procede, conforme a advogada da família.
“Infelizmente a negativa do pedido de prisão preventiva feita pelo delegado e pelo promotor público, por parte da juíza da Comarca provocou uma onde de boatos na cidade por parte dos seguidores do Pastor, que estão espalhando que ele se apresentou à juíza e foi absolvido, o que não é verdade. A juíza aceitou a denúncia em face do pastor e o processo ainda será julgado, tendo sido sim anexado ao processo todos os laudos que podem comprovar a denúncia feita pela sua filha, ainda que a juíza tenha deixado ele responder em liberdade”, completou a advogada.
A reportagem do Portal RC24h tentou contato com o advogado do suspeito, por telefone, mas sem sucesso. Na rede social, Leandro Marinho disse que está com a consciência tranquila e se disse que a acusação é absurda.
“Tenho consciência tranquila e estou em paz com o Senhor, logicamente inconformado com uma acusação absurda dessa, e pior, com a minha princesa que tanto amo e me entrego a ela. Estou vendo a maior injustiça que presenciei em toda minha vida, uma pessoa que chega ao ponto de fazer isso com uma criança não poderia ser chamado de ser humano. Estou acuado e sem defesa, com certeza que quem ouve uma história dessa fica indignado e até com raiva, mas pior seria se eu tivesse culpa nisso tudo, mas sou inocente e assim estou sendo injustiçado. Se alguém fez algo com minha filha, uma hora a verdade vai chegar e ser esclarecida. Se existe alguma armação, os culpados responderão de alguma forma, pois muitos fatos estão estranhos, inclusive o fato de a menina ter sido entregue dia 31, às 19h20, sem nenhum arranhão, e ninguém reclamou de nada. Estamos sempre disponíveis a esclarecimentos”.
Matéria do site RC24H.