Segundo a Anvisa, a agência não recebeu um relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade
Nesta segunda-feira (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o pedido de autorização excepcional para a importação da vacina Sputnik V, produzida na Rússia para a campanha de imunização contra a Covid-19.
O imunizante está sendo aguardado para reforçar a campanha de vacinação em 14 estados brasileiros, que pediram autorização para importação emergencial de quase 30 milhões de doses. Na região da Costa do Sol, Maricá, Cabo Frio e Macaé já demonstraram interesse em adquirir a vacina russa.
De acordo com a Anvisa, a agência não recebeu um relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada.
Além disso, o órgão regulador ressaltou que a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não têm tradição na análise de medicamentos, e que em 23 países com contrato, a vacinação ainda não começou.
A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária que ocorreu para atender uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação protocolada pelo governo do Maranhão.
Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras
Após a decisão da Anvisa, a assessoria do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), divulgou o posicionamento quanto aos novos trâmites para aquisição. Segundo o comunicado o Conectar se prepara para reavaliar os termos de negociação contratual, à luz dos pontos indicados pela agência.
O consórcio é liderado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e foi criado para dar suporte às cidades do país caso o Plano Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal não consiga suprir a demanda nacional. Mais de 2 mil cidades demonstraram interesse em participar.
Maricá
O município de Maricá foi um dos primeiros do estado a manifestar interesse na aquisição da vacina Sputnik V. Com a possibilidade de suspensão pela Anvisa, a Prefeitura iniciou, no dia 20 de abril, uma ação judicial contra a Anvisa, com o intuito de obrigar o órgão a retirar os entraves para a importação.