Mais um animal silvestre da APA do Pau Brasil foi atropelado, dessa vez na Estrada do Guriri, que liga Cabo Frio a Búzios. Nesta terça-feira (12) acontece reunião para reativar o Conselho Gestor da APA do Pau Brasil após anos de desarticulação. A APA sofre com a falta do Conselho, com a falta de uma sede própria, com desmatamentos, invasões, incêndios e falta de sinalizações.
O animal é um cachorro do mato que estava morto na pista, a 700 metros do trevo de um condomínio da localidade. Veio da mata das Dunas do Peró e tentou atravessar a pista. A falta de sinalização que indica travessia de animais silvestres é uma das causas dos atropelamentos de animais próximos às unidades de conservação.
Nas estradas e vias próximas à APA do Pau Brasil, diariamente são encontrados atropelados animais silvestres: Gatos mouriscos, tamanduás, preguiças de coleira, gambás, porcos espinhos, micos leões, saguis, cachorros do mato, cobras, lagartos e sapos.
Na última semana, um morador de João Fernandes, em Búzios, estava dirigindo quando foi surpreendido por uma grande jiboia atravessando a pista do alto de João Fernandes próximo ao mirante e parou o carro e ajudou o animal a atravessar.
Alguns estudos apontam que 475 milhões de bichos atropelados por ano nas estradas do Brasil. A região que possui mais animais atropelados é a Sudeste, com 56,4% dos casos, segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE). O número de animais mortos em estradas de terra (46%) é próximo ao das rodovias pavimentadas (54%).
O CBEE criou em 2012 um aplicativo, o Sistema Urubu, em que os usuários podem tirar fotos de animais atropelados e alimentar um banco de registros de casos. As fotos são avaliadas por pesquisadores e voluntários que identificam cada animal morto. O aplicativo já é utilizado por unidades de conservação e por usuários de todas as regiões do país, dando assim uma ideia de onde ocorrem os atropelamentos. Além disso, permitem o registro de casos que ocorrem em estradas de terra, que não costuma ser alvo das preocupações dos órgãos oficiais de fiscalização.
Além do prejuízo ambiental do atropelamento de animais, inclusive ameaçados de extinção como antas, lobos-guarás e onças, esses acidentes – que se somam aos ocorridos com animais domésticos como cavalos, vacas e cães – colocam em risco a vida dos usuários das vias públicas e rodovias.