Inaugurada no dia 12 de março, a Clínica Beija-Flor, localizada no bairro São José, em Búzios, tem o intuito de cuidar da saúde mental de crianças e adolescentes, com ênfase no atendimento a portadores de Transtorno do Espectro Autista (ETA). No entanto, as expectativas para o local não estão sendo cumpridas. Com muito pesar, os responsáveis por crianças PCD questionam a falta de fornecimento dos serviços prometidos.
Segundo o atual Coordenador da Rede de Atenção Psicossocial do município, Thiago Lins, a previsão era de que até esta terça-feira (2), quando é comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, os serviços já estariam em funcionamento. Infelizmente, a promessa não aconteceu. Os atendimentos de Psicologia e Fonoaudiologia, que iriam ser instaurados até a data estipulada, seguem sem funcionar no local. Além disso, outros atendimentos básicos estão indisponíveis até o momento e a sala de recreação permanece praticamente vazia.
Segundo Belen Barrioga, uma das lideranças do grupo Por Nossos Filhos, até o momento, o único serviço oferecido no local é o de neuropediatra, sendo inclusive realizado pela mesma profissional que atendia em outro local. O espaço destinado à recreação das crianças tem pouquíssimos brinquedos, e a maioria dos jogos, segundo ela, são inadequados para crianças PCD.
Outro ponto relevante destacado pelos assistidos da clínica é a falta de preparo com PCDs de outras faixa etária. Entre as medidas propostas pela Clínica Beija-Flor, nenhuma delas inclui assistência a adolescentes e adultos com alguma condição.
“As crianças que hoje são crianças, amanhã são adolescentes e depois de amanhã são adultos. E o município não está preparado para eles, de jeito nenhum”, relata Belen, com muita frustração.
A equipe da Prensa buscou os responsáveis pelo espaço para questionar o andamento dos serviços, mas não obteve respostas. No entendimento dos envolvidos, mais uma vez, o município falhou com os moradores e decepcionou a cidade. Tendo em vista a proximidade com as eleições suplementares, marcadas para o dia 28 de abril, o questionamento de muitos responsáveis segue o mesmo – quando o governo vai realmente se preocupar com as demandas da cidade de maneira contínua.