Da cama rosa que ele põe pela manhã, parece que para deitar.

Dos passarinhos que agrega

E que agora voltam a cantar.

 

Alguém tem que falar do perfume dos ipês junto à brisa do mar.

 

Do tapete de flor tecido todas as manhãs no caminho do Toninho Português,

Aquele bem no meio da Estrada da Usina, que agora divide graciosamente as duas pistas

 

Alguém tem que falar dos ipês frente a Dona Chica, Biblioteca Municipal

Que antes era um, solitário, e impressionava Gi e Dona Ritinha

E agora são vários, floridos, para celebrar a volta às férias da Clau

 

Alguém tem que falar dos ipês ao redor do Parque da Costa do Sol

No caminho da Azeda

Do Ipê no Fórum, ante a janela do meu amigo Morel

 

Alguém tem que falar da árvore firme e seca

Que floresceu de repente na entrada do C. M Paulo Freire

E mostrou que há força, beleza e vida onde menos se pode esperar

Alguém tem que falar em como são belos os ipês na beira do mar…

 

E que por mais que o mundo esteja feio e bruto

Com franco atiradores

Leis obscurantistas

Negação da arte

Avanço de grupos nazi-fascistas na Alemanha e no mundo

Trump, Crivela e Companhia

 

Os ipês, resilientes ao vento leste,

se mantém formosos, altivos, corajosos.

 

Que façamos como eles. 

E devolvamos também ao mundo nossa altivez, coragem e o mais puro rosa flor.

 

A primavera sempre vem

*Luisa é professora de sociologia e filosofia no CM Paulo Freire e no CE João de Oliveira Botas. Doutora em sociologia pela UFRJ