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Alexia Dechamps fala sobre Búzios, política, animais e volta à TV

Se eu virar política vou ajudar  Búzios, claro. Mas Búzios vai ter que se ajudar também.
Alexia fala à Prensa nesta entrevista/ Foto Revista VEJA

Alexia Dechamps, que  nasceu em Buenos Aires, na Argentina, porém veio ainda pequena para o Brasil e foi criada em Búzios (sua mãe é a querida Renata (Renatinha) Dechamps, que mora há décadas na Rua das Pedras e tem até uma servidão (pequena via de acesso da Rua das Pedras à Praia do Canto)  batizada oficialmente com o seu nome. É descendente de russos, belgas e alemães.Começou sua carreira como modelo de grandes marcas como a Calvin Klein, se tornando referência sobre o tema moda. Mas atuar era um sonho, então na década de 90 começou sua carreira de atriz já em telenovelas na Globo, destaque para Sua estréia na televisão, que ocorreu em 1991 com a telenovela O Dono do Mundo, de Gilberto Braga(seu “padrinho televisivo“, como ela mesma costuma chamar). Logo em seguida, Alexia passou a emendar diversos trabalhos de destaque, participando de produções consagradas da teledramaturgia brasileira como Pátria Minha e História de amor de Manoel Carlos. Mora no Rio,  mas sempre esteve presente em Búzios, militou pela emancipação do município, posou para a Playboy, voltou à TV Globo, fez participações em programas de Tv em outros canais, e tem se dedicado com muita energia desde 2011 ao Teatro, que considera que é por onde deveria ter começado sua carreira. Em 2014 um episódio desagradável colocou Búzios na mídia de forma diferente do costume das notícias positivas: imóveis da atriz, assim como de outras pessoas, foram interditados e demolidos por correrem risco de desabar, a suspeita do que ocasionou o problema era de infiltração vinda de um terreno acima. O caso continua na Justiça. Na época Outra faceta da vida de Alexia, que tem  ganhado muita repercussão, é seu ativismo pela causa dos direitos dos animais e pelo meio ambiente. Em uma discussão sobre o tema na Câmara dos deputados em 2016 foi envolvida em uma polêmica, da qual já se explicou e fala um pouco mais sobre ela nesta entrevista. Ao blog da colunista Heloísa Tolipan, Alexia revelou que pelo ativismo tem recebido convites para ingressar na carreira política, e também pedidos de que volte  a fazer TV, algo que gosta muito. Sobre o primeiro; está ponderando. Sobre o segundo; é certo, irá retornar em breve.

Prensa de Babel: Alguns blogs e colunistas publicaram que você estuda vir candidata à deputada com  a bandeira da causa do meio ambiente e a proteção aos animais. Procede? Tem um partido em mente? Por que não vir primeiro como vereadora do Rio? 

Alexia Dechamps: Tenho pensado nisso sim, mas não para agora, mas  é algo que estou amadurecendo. É possível que eu venha pela REDE Sustentabilidade, gosto muito da Marina.  Recebi convites. Eu preferia o Rio, estaria na minha casa e começando do começo. Porém o Rio de Janeiro é muito perigoso, tem  gente dentro da Alerj que eu prefiro longe. Depois da Marielle, o Rio não é para principiantes. Imagina o problema de mexer com o meio ambiente, violência à mulher, no Rio de Janeiro?  Hoje o caos no meio ambiente é gigante no Rio. Milícias invadindo, grilando terras, desmatando. Não dá pra peitar. Tem também problemas fundamentais, que é o saneamento básico. Ninguém quer resolver. Ou seja, o Rio é muito difícil . Se for pra  mexer nisso tudo eu teria mais alcance e proteção como federal em Brasília. 

O ativismo pela causa dos animais tem chamado atenção e gerado convites para uma carreira política/ Reprodução

Prensa: Quando começou seu ativismo pela causa dos animais?

Alexia: Meu ativismo começou em 2003. Sempre fui ligada em animais e meio ambiente. Isso vem de  berço. Minha mãe sempre me educou e ensinou a amar  essas vidas não humanas.

Prensa: Repercutiu uma discussão entre você e um deputado em 2016, em um audiência na Câmara, sobre direitos animais. Foi mal interpretada? O que realmente aconteceu?

Alexia: Nao falo mais sobre isso. Uma armação podre de cobras criadas, quando minha intenção era  proteger os animais de crueldade total. E eu amo o Nordeste. Tiraram uma frase de contexto e jogaram solta, mudaram o sentido da coisa. Político usa robôs, assessores, e em 24 horas virei inimiga de um povo que amo. Foi um pesadelo. Ameaçada de morte, e de doenças. Resumo: ganhei na justiça contra o Google e o Facebook (direito ao esquecimento) porque eu corria risco de vida e as plataformas não tiravam o assunto do ar. E o tal  deputado alagoano, não se reelegeu. O castigo vem. 

Prensa: Você tem se manifestado fortemente contra o governo Bolsonaro, tem algum posicionamento ideológico: direita, centro, ou esquerda?

Alexia: Sei lá o que sou. Acho que tenho bom senso. Gosto de pautas da esquerda, sou humanista, penso no social demais, e  gosto da economia liberal. Gosto de liberdade. Acho que na visão da “Sustentabilidade”, que é a minha praia, não tem direita esquerda. Economia liberal no Brasil também não pode ser 100%. O povo não está preparado para isso. Superpotências podem ter uma economia super liberal, o Brasil ainda não. Porém, o bom senso é  sempre necessário.

Prensa: Você e sua mãe, que é muito querida na cidade, têm muita ligação com Búzios.  Como vê a cidade hoje?

Alexia: Pergunta difícil. E o que mais me incomoda é que o povo  tem a força. Ninguém em Búzios se junta para nada. Para reclamar, pleitear, exigir, resolver. Assim é o resultado. A cidade não está boa. Mas a natureza tão exuberante, que ainda não conseguiram acabar com ela, apesar dos erros cometidos por tanto  tempo. Hoje o que manda é ganhar dinheiro, mas não entendem que se não cuidar , se não manter as construções baixas, deixar áreas verdes…, seremos uma nova Cabo Frio. Aí acabou Búzios. E a manutenção do que foi feito na cidade? Não existe. O centro superlotado, não comportando mais tanta gente. E o bairro dos Ossos, região mais linda, abandonada! Revoltante.  Navios divididos e dois lugares. Precisava? Não. O lugar certo é desembarcar nos Ossos e vir caminhando, pela orla,dando vida para aquela região, que fascina, uma Búzios mais preservada, uma bela apresentação da cidade. Os comerciantes de lá, são pagadores de todos os impostos e estão largados como se não existissem. Quantos interesses pessoais e brigas entram na história, e quem paga o pato é o povo. Absurdo! Cansada. Mas o povo se mexe ?

Alexia com sua mãe, Renata, em foto de 1997 em Búzios./ Reprodução do livro ‘Búzios’ Marcelo Lartigue

Prensa: Então não concorda que tenha desembarque também no cais do centro? 

Alexia: Eu acho uma vergonha o cais do centro, nem poderia estar ativo. Está todo errado.  Se eu morasse em Búzios faria bem mais. Tenho alma de ativista e acredito que temos que ir a luta, pelos nossos direitos. 

Prensa: Em uma possível candidatura vitoriosa, Búzios estaria na pauta de sua atuação parlamentar? 

Alexia: Se eu virar política vou ajudar  Búzios, claro. Mas Búzios vai ter que se ajudar também. Se não vai ter como.  Mas a questão de política está longe dos meus planos agora, apesar dos convites. E só tive convites porque sou muito atuante com bons resultados na minha causa animal. Quero cultura e educação também. Quero respeito ao meio ambiente.

Prensa: Está há bastante tempo longe das telenovelas, mas atuando ativamente no teatro. É uma escolha?

Com Isadora Ribeiro em um de seus trabalhos para a TV Globo/ Reprodução Globo

Alexia: Eu amo TV, comecei lá,  mas o caminho certo para vir bem calçada teria sido fazer teatro antes da TV. Fiz o caminho inverso. Amo fazer teatro, considero  a base sólida, a universidade, o PHD do ator. São poucos bons atores que não passaram pelo teatro. Eu respeito muito quem faz. Não é fácil não. Não é o caminho mais fácil. Fazer teatro requer muito sacrifício, disciplina e  entrega. Você trabalha na contramão das pessoas. Trabalha de quinta a domingo. Se tiver festividades fora da cidade que você está, você não vai, pronto. Perdi o último encontro familiar em Londres com meu pai antes dele morrer porque não pude ir. Estava fazendo teatro. Mas vou voltar para a TV a qualquer momento, estive no passado três vezes na Globo discutindo projeto. Quase rolou algo ano passado mesmo, mas para esse ano a qualquer momento retorno. 

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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