O prefeito de Armação dos Búzios, Alexandre Martins (Republicanos), tratou de abrir o jogo. Durante um bate papo de cerca de 40 minutos com a reportagem da Prensa de Babel, em seu gabinete, na última quinta–feira (30) , foram tratados os principais temas da atualidade no município, como a revitalização do Centro, incluindo a enquete sobre qual o melhor tipo de piso para uso nas tradicionais ruas de paralelepípedos da cidade.
Na conversa, Alexandre falou também sobre diversos assuntos, incluindo a recente viagem que fez a Portugal para representar o município em uma feira de Turismo. Entre os tópicos, questionamentos sobre Saneamento, Plano Diretor, Educação, e trânsito. Sobre a polêmica da possível cobrança da Taxa de Proteção Ambiental, Alexandre reforçou a posição de cautela, mas admitiu que pode ser instituída cobrança em áreas, como a Serra das Emerências.
Ao defender um estudo criterioso do assunto, mais uma vez, defendeu a proteção à atividade turística.
“O Turismo que mais prejudica é aquele que vem, volta e não gasta nada”, dispara.
Prensa de Babel – Sobre a revitalização no Centro, por que a opção por piso intertravado? Além disso, qual o motivo da enquete se no edital já consta a opção pelo intertravado?
Alexandre Martins – Eu sou muito de ouvir as pessoas; alguns amigos me ligaram e perguntaram se não iria mudar a característica. Sei que há muito saudosismo, e a gente só tem que analisar, eu defendo também as características da cidade no seu original. Eu mesmo tinha essa dúvida, se bota paralelo ou se bota outro piso. O granito que eu vi na (Rua) Turíbio (De Farias) e que tem na Praça Santos Dumont quebra muito, se bota peso de carro. Então eu não gosto de fazer obra pra refazer. Fora do país tem várias obras que duram 700 anos. E quando a gente colocou intertravado, a gente já tinha uma pesquisa, isso você pôde ver na enquete, e que maciçamente as pessoas preferem o intertravado. A licitação agora está para o dia 19 de abril. A ideia é subir as sete ruas, fazendo um calçadão em todo Centro, como é na Turibio. A Rua das Pedras não é calçadão, ela é rua. Acho que futuramente a gente tinha que nivelar também, com as mesmas pedras. A ideia da enquete é saber de fato e tornar pública a opinião das pessoas. Eu vou tentar fazer um misto, é o que está na minha cabeça. No processo está intertravado, mas não há problema nenhum. É só tirar da quantidade de intertravado que eu colocar e repor o paralelo que ja está no local. Mas na questão da acessibilidade, as pessoas acham muito melhor o intertravado. Estou pensando em fazer ali um mesclado: a calçada de intertravado, na divisão que é um pouco do que tem na Turibio: você ali um paralelo, um granito onde tem os ralos e do lado, também tem paralelo. Mas a gente vai analisar também pra ver se fica bonito. Mas maciçamente as pessoas acham melhor o intertravado. Lembrando que a minha ideia é sempre fazer uma cidade com acessibilidade, que está na nossa proposta de campanha, registrada no TRE, e agora nós acabamos de criar a Secretaria da Pessoa com Deficiência, então a gente não pode fugir disso. O interessante é que Búzios é uma cidade turística e a gente tem que entender que acessibilidade não é só para quem tem necessidades especiais. É aquela criança no carrinho de bebê também é necessário ter um nivelamento da rua e das calçadas, e que a gente tem uma dificuldade. Você vê calçada de uma altura, vê calçada de outra. Então a ideia também é começar a mostrar Búzios, que a nossa marca não é de acessibilidade, nossa marca é Rua das Pedras e ela não é acessível. Pelo contrário, até para quem não tem problema, tem dificuldade de andar. A gente até melhorou ali, no rejuntamento com pó de pedra, voltando a ser aquilo original, tapando os buracos. Em breve, vou fazer uma manutenção ali, ainda provisória.
Prensa – Falando nas Rua das Pedras, quais os seus planos para aquela área em termos de melhoria da acessibilidade, mas sem a perda do charme original?
, Eu não quero a minha vontade, não estou aqui para fazer a minha vontade. Eu estou aqui para fazer o que as pessoas acham melhor. Eu tento conciliar.
Alexandre – A ideia é nivelar aquela calçada, subir aquela pedra, mas antes disso, eu quero fazer todo o Centro e toda a Orla Bardot, até os Ossos. Um calçadão também bonito. Eu acho que não é ruim subir o paralelo também não, não sou contra. Tem horas que você fica na dúvida do projeto. Então, eu não quero a minha vontade, não estou aqui para fazer a minha vontade. Eu estou aqui para fazer o que as pessoas acham melhor. Eu tento conciliar.
Prensa – O custo de manutenção dos paralelos seria mais alto, por isso a opção do intertravado?
Alexandre – Tem muito custo. O intertravado fica mais lisinho, é até mais poroso. O problema do paralelo é que ele é muito irregular. Você anda de bicicleta nele, e a bicicleta é uma coisa que as pessoas estão tendo a prática de usar, até na questão de mobilidade. Então, o paralelo não é confortável. Tanto que a gente está querendo trazer o Iron Man para cá e precisa de trechos com asfalto. Mas a gente tenta conciliar.
Prensa – Falando sobre a necessidade de progredir, mas mantendo a questão das características originais, como o senhor vê o novo Plano Diretor? A Prensa está fomentando agora uma discussão sobre a escala dos prédios, dentro do gabarito atual de dois andares. Há prédios em que o segundo pavimento é imenso, como forma de burlar a lei. Qual a sua posição?
Alexandre – Nesse assunto, eu sou muito radical. A única coisa que eu peço liminar para demolir e a obra é embargada imediatamente é terceiro andar. Eu não abro mão do segundo andar e, na minha gestão, não terão opção de terceiro andar e muito menos, a opção de terraço como terceiro andar, e eu já vi em alguns lugares. E a gente está aí com algumas ações demolitórias para que isso não vire uma prática. A Mais Valia entra mas não regulariza isso de forma nenhuma, não regulariza a invasão a área pública. Então, quanto a isso, eu sou muito radical. Acho que isso não cabe para Búzios, nós temos uma boa característica, que alguns arquitetos tentam burlar. É polêmico, mas eu não abro mão. Hoje é função minha manter essa característica que é, de qualquer lugar da cidade, conseguir ver o sol. Isso é muito importante. Imagina se a gente tivesse aqui prédios de quatro andares. Seria o caos. E a gente já tem visto em outros municípios e não deu certo. Então isso é uma especulação imobiliária. O cara em vez de fazer uma casa, faz seis apartamentos. Búzios não precisa disso. Quando eu falo em prioridade penso logo no saneamento básico. Quanto menos construções hoje, para gente é obviamente melhor. A manutenção do Parque Costa do Sol, as nossas APAs, a gente está aí no estudo também para iniciar a TPA, e aí eu entro numa outra polêmica. Cobrar para carro entrar acho arriscado, mas sou a favor de cobrar nas áreas de inferência ambiental, que são delicadas. Nisso eu concordo 100⁒, na outra eu tenho preocupação. Imagina você entrar nas Emerências e pagar, morador não, mas o visitante, eu acho que sim, até para manter limpeza, reflorestamento. Na Azeda, Azedinha, acho legal. Agora, pagar para entrar na cidade eu tenho medo, pois, nós vivemos do Turismo. Você vai à Feira para trazer o turista e depois vai cobrar a entrada e, daqui a pouco vai cobrar estacionamento? Então eu tenho muita cautela quanto a isso. Ontem, nós debatemos isso de novo (na reunião do Condetur). Então eu preciso de um estudo de convencimento porque uma cidade que depende do Turismo não pode ser antipática na sua receptividade.
Prensa – Algumas pessoas argumentam que a TPA seria uma forma de atenuar o trânsito pesado na cidade? Como vê esse argumento e quais os planos do senhor para melhorar a mobilidade urbana?
Alexandre – Primeiro, eu acho que nós temos que tirar, e aí vou fazer de forma progressiva para não dar aquele choque, os ônibus de Turismo de dentro da cidade. Dentro da cidade como um todo, até porque quando você entra ali em Baía Formosa e na Rasa, você já está em Búzios. Então não é só entrar na península, quando engarrafa, engarrafa de lá pra cá. Então, no verão, em janeiro, já nem entrou ônibus lá, no inverno, com menos fluxo, a gente deixa o ônibus desembarcar no hotel. A Salineira ainda é um caso a estudar e a 1001 quando nós fizermos a Rodoviária que tem que ser mudada ainda no Plano Diretor, que a Câmara ainda não mudou e a gente já vai começar essa revisão. Acho que a Rodoviária tem que ser na Rasa, que é a entrada da cidade. Não consigo ver a Rodoviária em São José, ao lado de um hospital, e dá um nó porque o fluxo de Cabo Frio e Búzios, até porque quem vem trabalhar passa por ali todos dias. Acho também que traz um movimento comercial que não cabe ali naquela região. Acho que na Rasa, perto do Inefi e da Faetec seria o ideal. Acho que ali é mais viável, sempre defendi isso. Então, vamos nessa linha. Então não tem jeito, mas engarrafamento mesmo você tem em dois momentos: Réveillon e no Carnaval. Isso realmente dá um nó na cidade, mas é o que eu digo: a cidade vive de quê? Do Turismo, e o Turismo tá vindo. O Turismo que mais prejudica é aquele que vem, volta e não gasta nada. O que a gente precisa é de Turismo na cidade, que é uma península, ela entra e não sai, então não tem jeito.
Prensa – Falando em Turismo, o senhor esteve em Portugal recentemente. O que trouxe de ideias que podem ser implantadas por aqui? Além disso, o que o município planeja para esse período após o verão, agora chamado de melhor temporada?
Chile é o segundo maior visitante do nosso país, depois da Argentina. Portugal, com a Europa, é o terceiro
Alexandre – A gente já vem com um planejamento de algum tempo. Você está nas mãos com o calendário de eventos da cidade. Essa era uma estratégia que, antes mesmo de eu entrar, já tinha na minha cabeça, e deu certo. Já é o segundo para o terceiro ano consecutivo. A gente está fazendo com que Búzios, de fato, continue a ser a cidade mais badalada do Brasil, como você vê no panfleto. Porque nós temos eventos quase todo final de semana. Quando não é esportivo, é cultural; quando não é cultural, é de outro segmento. Quando a gente vai nas feiras, é para divulgar isso. É fazer com que Búzios seja lembrado. E nós fomos o único município nacional que montou estande próprio, nem a capital Rio de Janeiro conseguiu isso, ocupou o estande do Governo do Estado. Esteve lá a ministra do Turismo (Daniela Carneiro), o presidente da Embratur, que é o (Marcelo) Freixo. Então a gente está naquele de quem não é visto, não é lembrado. Então em todos os lugares estamos indo. Acho a mídia social muito importante, mas a gente está se fazendo presente. A gente já cobrou do Ministério e da Embratur, que a gente quer estar presente onde eles forem, nessas feiras, para ver se a gente consegue dialogar com mais facilidade. Precisamos investir em alguns países e aí o Ministério pode nos ajudar. É muito melhor do que eu ir sozinho, ano passado, no Chile, fazer uma reunião. Isso tem que ser em âmbito nacional, porque o Chile é o segundo maior visitante do nosso país, depois da Argentina. Portugal, com a Europa, é o terceiro. Então a gente tem esses núcleos que a gente tem potencial. Então eu fui para visualizar isso mais de perto. Disse na reunião do Condetur para os prefeitos das nossas cidades que o Turismo não é gasto, é investimento. Para você ter uma ideia, eu fiz o evento de jazz, gastei nem R$ 500 mil com ele, mas só de mídia espontânea, de TV e dos jornais que vieram, seria R$ 2 milhões, se eu fosse pagar. Eu estou divulgando a cidade com um evento de qualidade, e a pessoa vem um final de semana, vem no outro. Olha o calendário e tem o motivo que ela quer para vir a Búzios. São os tipos de eventos que a cidade e o comércio precisam.
Prensa – A entrada do novo secretário Cristiano Marques foi para azeitar melhor essa estrutura?
Alexandre – Ele já conhece o trade. Eu não poderia colocar um novo secretário numa equipe se eu não tinha uma sede. Então nós fizemos aquela sede (agora fica na Rua Turibio de Farias, no Centro), nós fizemos a reunião (do Condetur) lá, eles ficaram maravilhados, parece uma casa de luxo de beira de praia. Aí que eu digo, não é porque a coisa é pública que não tem que ser de qualidade.
Prensa – Sobre a Educação, cresce a preocupação de pais de alunos quanto a possíveis episódios de violência nas escolas. Como o Governo Municipal está se mobilizando sobre essa questão?
Alexandre – Tivemos dois problemas pontuais, um deles no ano passado, em que a Guarda Municipal atuou. Depois, tivemos dois problemas imediatos, em que eu pedi que a Guarda ficasse na escola. Pedi ao meu coordenador do Proeis, que é o policial militar que coordena Proeis por aqui, a gente tem esse projeto, paga por isso, para que estivesse atuando na escola, que o diretor e o secretário procurassem os pais. Nesse caso específico (ameaça de aluno aos colegas na Escola Nicomedes Theotonio Vieira), replico para outros casos. Quando eu souber que tem um jovem que está passando por algum tipo de problema, às vezes, ele pode estar precisando de alguma ajuda na área da Saúde, de um acompanhamento. Pedi ao secretário que fosse pessoalmente, oferecesse aos pais, ver se tem acesso à Saúde, se precisa de um psicólogo, se precisa de um trabalho mais amplo e de acompanhamento desse jovem. Pedi que desse uma atenção a esse caso, já coloquei essa equipe da Guarda Municipal e da PM à disposição dos diretores. Já vi algumas situações que vale a pena, é ir para o extremo. Me mandaram o vídeo de uma porta giratória eletrônica com sensor, por conta de arma e de faca, e se tiver que fazer a gente vai fazer. Pedi para reunir com o Conselho Escolar, que formamos desde que entramos, para saber a opinião deles. Estamos atentos a isso. De cara, é dar acolhimento à família, a esse adolescente, porque às vezes tem um problema ali, negligência e acontece um problema pior. Esse é um problema que não acontece de uma hora para outra.
Prensa – Sobre o transporte escolar, está havendo muitas reclamações em relação às rotas, e pela falta de vagas para todos. Como vai solucionar esse problema?
A Salineira também não fazia bem feito, nunca fez. Quando fui vereador, de 2005 a 2008, a reclamação já era que deixava os alunos de manhã no ponto.
Alexandre – O início do ano sempre é problemático. A pessoa que não morava em tal lugar e agora mora; a pessoa que vem de fora e quer ônibus também. A gente tem uma regra que é até fazer um pouco a mais. Qual o nosso grande problema desde que eu entrei? Salineira nunca mais quis levar os alunos. Então de 14 ônibus que tinha antes de eu entrar, hoje tem 27. Ano passado, idem. Nosso gasto é muito alto. às vezes os alunos que não moram tão longe querem ônibus e é um problema para gente. Tenho que buscar alunos fora do município, que é o caso de Maria Joaquina. Então eu não consigo atender 100⁒ a todos. Eu quando jovens, e vários da minha geração, ou iam a pé ou pegavam o ônibus público; pra gente tinha mais facilidade porque com uniforme você entrava, com a Salineira infelizmente não entra. Infelizmente, a gente está com esse problema desde que eu entrei, obviamente querendo forçar uma situação em cima da passagem que é muito cara, ainda para um trecho só da minha cidade, que não é muito grande. Algumas mães também reclamam que o filho está indo em pé, e aí é difícil, porque quando você pega uma Salineira nem sempre você senta. Então, a gente está fazendo o melhor que pode. Pontualmente, a gente está corrigindo. A empresa tem que me entregar mais ônibus e, na licitação, tem um prazo de validade. É cinco anos, e eles não conseguem comprar com tanta agilidade, até porque a demanda do ônibus aumentou muito. Mas a gente está regularizando, vendo ponto a ponto. Às vezes é o caso de uma mãe numa rua mais distante, às vezes, não quer vir ao ponto de encontro, quer que busque em casa. E aí me preocupa porque a legislação está mudando, daqui a pouco vão mandar buscar dentro de casa. É muito difícil isso, o município tem 10 mil alunos, não é fácil fazer o transporte de 10 mil alunos. Estou pedindo para fazer um estudo, para de repente, botar em horários diferentes a entrada dos menores e dos maiores. Até na questão organizacional seria melhor. Isso tem na escola particular: os menores entram mais cedo e os menores um pouquinho mais tarde, uns 15, 20 minutos. E isso deu certo porque você diminui o fluxo de entrada no mesmo horário. Mas a gente está ajustando a questão do transporte, mas não é fácil. Não dá para fazer tudo 100⁒.
Prensa – A opção pelo aluguel dos ônibus é por causa dessa dificuldade com a Salineira?
Alexandre – Sim, com certeza. A gente já tinha aluguel. Agora aumentou muito, passou de 14 para 28. Eu licitei 35 fora os micros. E a Salineira também não fazia bem feito, nunca fez. Quando fui vereador, de 2005 a 2008, a reclamação já era que deixava os alunos de manhã no ponto. Obviamente não tem compromisso porque não paga, não dão direito a fazer absolutamente nada. Se o que paga já não tem um bom transporte, imagina o que não paga, que são os alunos. Uma coisa a gente está resolvendo, colocamos muitos ônibus, mas são 10 mil alunos, é difícil essa movimentação.
Prensa – Em relação à Lagoa de Geribá, houve a despoluição em razão da construção do cinturão da Prolagos, mas também a ocupação irregular nas suas margens ao longo dos anos. Como pretende resolver esse problema e quais os planos quanto à ação no local? Havia um projeto para a construção de um deck…
Alexandre – Esse projeto está em andamento desde que eu entrei. A gente criou na nossa gestão a Secretaria de Saneamento e Drenagem pensando justamente na ligação dessas casas em rede separativa de esgoto. Quando você citou que a Prolagos fez um cinturão com recursos do Estado, não adianta fazer, com várias casas jogando seu esgoto na Lagoa. Nesse período de dois anos, nós ligamos quase 300 casas que não estavam ligadas, porque a Prolagos não obrigava, o cara também não queria fazer, ele também não podia mexer na tubulação da Prolagos, e quando a Prolagos ia ligar, cobrava uma taxa pesada. Então a gente começou a notificar junto com o Meio Ambiente a gente mesmo vai fazer essa ligação. Então hoje nós temos a Lagoa de Geribá despoluída e isso pra gente é muito importante porque ele deságua na (Rua) Rancho Mutã, onde eu estou fazendo uma galeria e vou calçar aquela rua. A minha proposta é que onde essa água passava, que vem da Lagoa de Geribá, ali havia um mangue e, por incrivel de pareça, quando fizeram aquela estação de tempo seco que, para mim, é um cisternão, que estava desativada quando eu entrei, passando a água pela lateral, entrando no terreno vizinho, ali havia um mangue muito bonito. Eu quebrei aquela estação em tempo seco que não serve para absolutamente nada, não faziam a manutenção dele, ela estava cheia de areia. A minha ideia é tirar esse concreto de lado, fazer o valão até ali, e dali até a praia, em torno de 30 e 40 metros, voltar o mangue que existia. Porque ali a água está chegando mais limpa, a gente está com o trabalho de bactéria para melhorar a água das lagoas. Fizemos agora um teste nos Ossos. Tem uma coisa mais avançada que a bactéria, que já limpa a água e tira o odor dela muito rápido e tira os coliformes fecais. Neste momento estamos nesse estágio. Na Lagoa já temos um projeto pronto de um deck em toda a volta, com mureta baixinha, iluminação. Posteriormente tem as praças que a gente quer fazer no entorno dos píeres. É um projeto muito bonito e que a gente já tem recursos do Fundo de Meio Ambiente. O Fundo tem hoje na conta R$ 27 milhões. Estamos pagando R$ 8 Milhões no Valão de Cem Braças, porque o grande desafio é o Saneamento Básico. Meu desafio é alcançar 100% da cidade saneada e a Prolagos tem ajudado bastante nisso. Eu tô correndo muito atrás disso para resolver isso, sanear a cidade, isso é muito importante.
Prensa – Aquele terreno em Manguinhos, que o ex₋prefeito André Granado chegou a desapropriar para a criação do Clube de Vela e depois voltou atrás, o senhor tem algum plano para ele, de uma nova possível desapropriação?
Alexandre – Lembro que desapropriaram aquilo, pelo menos uma vez, no governo do Toninho Branco, eu era vereador. Na época, iam pagar R$ 2 milhões, acabaram desapropriando e não pagando, e cancelou. Ali é uma área muito grande, uma área até bacana, mas eu tenho algumas desapropriações que eu tô no rumo de comprar os prédios das sedes das secretarias. A Secretaria de Educação até hoje não tem uma sede, é a maior prejudicada desde que eu entrei porque eles já estava acampada na Secretaria de Turismo, foi a mais sofrida que eu peguei, uam secretaria tão grande. Então a gente tem essa meta de comprar a sede da Secretaria de Educação, do Esporte. Tem um espaço muito importante na orla, que a Cultura, por meio do secretário Romano, me pediu pra comprar o Museu do Pescador, que custa em torno de R$ 8 milhões. O que me impede de desapropriar essa área (de Manguinhos)? Eu sigo o princípio de quem tenho que pagar o que vale e ali não é barato. Ali a área é em torno de R$ 25 milhões. Eu tenho que saber muito bem o retorno que essa área vai dar para investir R$ 25 milhões. Para você ter uma ideia, eu comprei a área onde vai ser projetado o autódromo, que eu tenho pouco falado, que muita gente acha que eu esqueci, mas não esqueci, ali eu comprei por R$ 6,5 milhões, uma área de quase R$ 1 milhão de metros quadrados. Então me justifica a compra, porque eu sei que vale mais, mas o proprietário aceitou esse valor. Eu não posso chegar na área e dizer vou pagar só isso e você que corra atrás, como aconteceu com o Inefi, uma área que vale R$ 25 milhões e foi R$ 500 mil. Eu não acho isso justo, tem que se pagar o valor que de fato vale. E ali é muito pesado. Então a gente está numa ordem de prioridade e a prioridade é o básico, que é comprar as sedes das secretarias para sair dos alugueis.