O prefeito de Búzios, Alexandre Martins (Republicanos) afirmou à reportagem repudiar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que confirmou a cassação de seu diploma e do vice Miguel Pereira, ambos acusados de abuso de poder econômico durante as eleições de 2020, nesta sexta-feira (2).
“Negar que tenha comprado votos é a realidade dos fatos. Essa acusação é infundada e desafia a honestidade com a qual sempre conduzi minha carreira política”, afirmou Alexandre Martins, que já foi vereador, presidente da Câmara Municipal, vice-prefeito e secretário de Saúde do município.
A controvérsia teve início com a apreensão, no dia 15 de outubro de 2020, por policiais militares, de R$ 6,2 mil em espécie e material de propaganda no veículo de Anderson Neves Machado. Anotações de pagamentos a colaboradores e supostos benefícios a eleitores foram encontrados, gerando as acusações.
A defesa do prefeito, representada pelo advogado Pedro Canellas, questiona a consistência das provas apresentadas. “O material encontrado no veículo eram apenas seis panfletos do candidato, insuficientes para vincular os valores apreendidos a Alexandre”. Além disso, Anderson alega que o montante era destinado ao pagamento de aluguéis de sua empresa. Como prova apresentou recibos e contratos de aluguel.
A acusação sugere que o valor apreendido fazia parte de um montante de R$22 mil, sendo distribuído mais de R$15 mil. A defesa destaca a improbabilidade dessa alegação, ressaltando que a abordagem policial ocorreu antes das 10h da manhã, impossibilitando a distribuição de um valor tão alto em tão pouco tempo. Reforça ainda que o depoimento dos policiais militares não faz afirmações diretas sobre a compra de votos, e não houve flagrante ou testemunhos de entrega ou recebimento de dinheiro de boca de urna.
“Essas são provas muito frágeis, chegando em alguns momentos até a serem fantasiosas. Nunca vi provas de crime por suposição”, ressaltou Pedro Canellas. Os autos do processo também mencionam uma diligência solicitada pelo Ministério Público Federal, após o fato que levou à acusação de compra de votos, à casa de Anderson, que não constatou irregularidades, levando à suspensão da ação e pedido de arquivamento do processo.
Alexandre Martins, referindo-se à decisão em Brasília, destacou: “Estamos recorrendo porque fizemos uma eleição limpa, bonita. Sempre trabalhamos com muita honestidade nesses 37 meses de prefeitura.” Ele reforça sua ficha limpa, alegando nunca ter respondido a processos por improbidade administrativa, e enfatiza: “Cumpri com o programa de governo, realizando obras, não atrasando salários.”