A Assembleia Legislativa votou e aprovou hoje (04-08) a transferência de R$ 20 milhões de seu Fundo Especial à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para revitalização e reforma das instalações físicas do Museu Nacional. O Fundo foi aprovado pela Lei 8.731/2020, que trata da dotação orçamentária proveniente de superávit financeiro apurado em exercícios anteriores na Alerj. A ação passou a integrar o Plano Plurianual, no exercício de 2020.
“É a culminância de um conjunto de articulações da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj com a URFJ, desde 2019, para um esforço de reconstrução do Museu Nacional, patrimônio arquitetônico, histórico, arqueológico e cultural da América Latina. O objetivo é restaurá-lo e colocá-lo à disposição da comunidade científica e da sociedade. É mais um elemento do processo de diálogo constante entre o Parlamento Fluminense e a comunidade científica do Rio”, afirmou o deputado estadual Waldeck Carneiro, um dos autores do PL e presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj.
Museu Nacional
O Museu Nacional, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, é a mais antiga instituição científica do Brasil e era um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas, abrigando um vasto acervo com mais de 20 milhões de itens catalogados divididos em coleções de ciências naturais e antropológicas, importantes registros da memória brasileira.
O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e é de grande importância histórica para a população, pois além de ter sido foi fundado por D. João VI em 1818, foi o local onde a princesa Leopoldina assinou a Declaração de Independência do Brasil em 1822 e onde aconteceu a primeira Assembleia Constituinte da República que marcou o fim do Império no Brasil.
Incêndio
No dia 2 de setembro de 2018, um incêndio de grandes proporções atingiu a sede do Museu Nacional, destruindo quase a totalidade do acervo em exposição, uma perda inestimável para a formação cultural e histórica. Todas as peças herdadas da família imperial, o acervo mobiliário do 1o Reinado e tudo que estava no prédio principal, exceto meteoritos, foram perdidos.
O Museu Nacional vem sofrendo com a falta de recursos e ainda não recebeu parte das verbas prometidas por alguns órgãos. O custo estimado para a reconstrução do palácio é de R$ 300 milhões, sendo que os valores que a instituição recebeu desde a tragédia somam cerca de R$ 160 milhões, que foram distribuídos em obras emergenciais do edifício, a construção de um novo campus acadêmico e administrativo, o resgate do acervo atingido pelo fogo e reformas de outros prédios.