O deputado estadual Filippe Poubel (PL) apresentou moção de repúdio, durante a sessão plenária desta quarta-feira (18/10), contra o prefeito de Itatiaia, Irineu Nogueira (MDB), que foi preso em flagrante por injúria racial, acusado por uma funcionária de uma padaria de chamá-la de “negrinha”. Parlamentares de diferentes partidos acataram subscrever a moção.
“O repúdio é do parlamento em geral, não aceitamos racismo”, disse Filippe Poubel, que elogiou o delegado Michel Floroschk por efetuar a prisão em flagrante do prefeito, e deixou um recado aos vereadores de Itatiaia. “Esse prefeito não tem condições de continuar no cargo, apresentem um pedido de impeachment”, completou Poubel.
O deputado Carlos Minc (PSB) elogiou a iniciativa de Poubel sugerindo que o texto da moção deve incluir um elogio ao delegado que cumpriu a lei. “É inacreditável um prefeito em exercício agredir uma trabalhadora”, afirmou Minc.
O deputado Professor Josemar (PSOL), presidente da Comissão de Combate às Discriminações, disse que o colegiado também vai repudiar o ato de Irineu Nogueira.
Um habeas corpus foi concedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O prefeito de Itatiaia deixou a delegacia por volta de 12h30 desta quarta-feira, em um carro particular e vai responder em liberdade, mas deve seguir algumas medidas cautelares, como não frequentar a mesma padaria nem se aproximar da vítima ou testemunhas, além de isolamento domiciliar em período noturno e nos fins de semana e feriados.
O crime de injúria racial aconteceu na tarde de terça-feira, em uma padaria localizada no bairro Jardim Jalisco, em Resende. Segundo a Polícia Civil, a funcionária disse que o prefeito tentou pegar um salgado direto da estufa e foi advertido por ela, que explicou que era proibido os clientes se servirem por conta própria por uma determinação da Vigilância Sanitária.
Neste momento, ainda de acordo com o relato da funcionária, Irineu teria se irritado e começou a ofendê-la com palavrões.
O relato descreve ainda que outra balconista tentou conter a situação, mas teria sido interrompida pelo prefeito, que teria dito que não tinha problemas com ela, mas com sua colega de trabalho, a chamando de “negrinha”. Assim que o prefeito deixou a padaria, a vítima se dirigiu à delegacia de Resende para registrar o boletim de ocorrência.