Sessão da Alerj aprova continuidade do processo de impeachment de Witzel por unanimidade. Resolução será publicada em Diário Oficial
Nesta quarta-feira (23), foi aprovado o relatório que pede o impeachment do governador afastado, Wilson Witzel. A sessão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) reuniu 69 deputados, presencialmente ou de forma remota. A decisão foi unânime.
Um dos deputados está afastado por problema de saúde. O projeto precisava de um mínimo de 47 votos para ser aprovado. Witzel, que desistiu de comparecer presencialmente à sessão, falou por videoconferência ao final dos discursos de 28 deputados.
A resolução será publicada em Diário Oficial nesta quinta-feira (24) e o Tribunal de Justiça (TJ) será comunicado para dar início à formação do Tribunal Misto, que é formado por cinco deputados eleitos pela Alerj e cinco desembargadores eleitos por sorteio pelo TJ.
A partir da formação do tribunal, o governador é afastado por até 180 dias enquanto os seus membros analisam a questão.
No discurso, o governador afastado se defendeu, dizendo que foi um julgamento injusto: “Estou sendo linchado moral e politicamente, sem direito de defesa. A tirania escolhe suas vítimas. Felizmente a história mostra que mártires nunca morrem”, e citou a passagem bíblica: “bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque eles serão fartos”.
O início do processo de impeachment de Witzel foi aprovado em 10 de junho, por 69 deputados, de um total de 70 parlamentares. O governador é suspeito de envolvimento em compras fraudulentas e superfaturadas de equipamentos e insumos para o combate à pandemia de covid-19.
Witzel foi alvo, no dia 26 de maio, da Operação Placebo, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que investiga corrupção na compra de equipamentos e insumos para o combate à pandemia no estado. Além dele, também foram alvos a primeira dama, Helena Witzel, a empresa Iabas, que presta serviços de saúde, e outras pessoas. Os policiais federais chegaram a realizar buscas no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, e na casa da família Witzel, no bairro do Grajaú.