texto Monique Gonçalves / foto Ronald Pantoja
Num mundo em que a água potável está cada vez mais escassa, criar estratégias para poupar esse recurso natural é tarefa extremamente necessária. Preservar a natureza não pode ser apenas um discurso politicamente correto, é preciso ação para que o pouco que ainda resta não se esgote rapidamente. Entre os mecanismos usados para diminuir o consumo da água fornecida pelas concessionárias está o reuso.
Na Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, uma das cidades que investem nesse sistema de tratamento de esgoto para reaproveitamento da água, é Armação dos Búzios. Desde 2014, o município utiliza a água tratada para regar jardins e áreas públicas com vegetação. O investimento resulta mensalmente uma economia de aproximadamente R$ 112.000,00.
O balneário possui uma Estação de Tratamento de Água de Reuso (ETAR) dentro de seu território, o que se torna uma vantagem. Inaugurada há seis anos pela Prolagos, companhia responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto em cinco cidades da região, a estação possui capacidade para produzir mais de 2 milhões de litros de água de reuso por mês. O secretário de Meio Ambiente de Búzios, Fernando Savino, recomenda que outros municípios invistam no sistema de reuso.
“Minha sugestão é que os municípios vizinhos consigam fazer esse investimento porque, além de ser sustentável, a utilização da água de reuso contribui muito no período da alta temporada, quando temos o abastecimento de água potável comprometido, devido ao alto fluxo de turistas”, explicou.
Para o biólogo, Eduardo Pimenta, todo mecanismo usado para evitar a extração dos lençóis freáticos e mananciais é bem-vindo. “Toda vez que se consegue reutilizar a água, a natureza tem um grande ganho porque deixa de retirar do meio natural do ecossistema”, destacou ele.
Sobre água de reuso
A água de reuso é produzida dentro das ETE’s, que transformam o esgoto novamente em água tratada podendo ser utilizada para diversas atividades urbanas como: limpeza de ruas e praças, lavagem de veículos, irrigação de parques e cemitérios, e no uso de sistemas decorativos como chafarizes e espelho d’guas.
O efluente é submetido a um polimento, que consiste em três etapas para fazer a remoção das impurezas: filtração, ultrafiltração e osmose reversa.