Na semana em que Macaé entrou para a faixa verde no grau de contaminação do novo coronavírus e que lojas de ruas no calçadão da Rui Barbosa, além de empresas onshore, terem sido reabertas, aglomerações voltaram a acontecer na agência da Caixa Econômica Federal, no centro da cidade, e no Banco Itaú. Nesses locais beneficiários do Bolsa Alimentação, criado pela prefeitura no início da pandemia em março, sacam o dinheiro.
Na agência central da Caixa Econômica, uma tenda com cadeiras foi montada para que o público espere atendimento sentado. No interior do banco, é permitida a entrada de cinco pessoas por vez para evitar aglomeração. Mas o que se via no local na tarde dessa segunda-feira (10) eram pessoas aglomeradas e sem o distanciamento social recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de 1,5 m ou 2 metros.
Para muitos, segundo o pedreiro Gilberto do Prado Ribeiro, de 68 anos, a necessidade de se aglomerar numa fila quilométrica se deve ao recebimento da segunda parcela do Auxílio Emergencial no valor de R$ 600. Enquanto a quarta parcela de muitos está sendo paga, Gilberto está à espera da segunda. Ele relatou à Prensa que chegou na fila por volta das 9h e quando conversou com a equipe, estava na fila dos que aguardavam em pé. “Eu confesso que não esperava essa quantidade de gente, porque muitos já receberam. Eu estou aqui porque ainda estou esperando a segunda parcela, que ficou bloqueada. E mesmo assim eu que estou esperando esse tempo todo, posso não conseguir receber”, declarou.
Caroline da Silva Santos, 21 anos, também ficou horas na fila para receber a quarta parcela do auxílio emergencial. Assim como o pedreiro Gilberto, ela chegou por volta das 9h e disse ter ficado espantada com a grande quantidade de pessoas à espera do atendimento.
“No pagamento da primeira parcela, também enfrentei uma fila grande assim. Já no segundo pagamento, foi tranquilo, mas agora, hoje, está muito cheio de novo. Mas preciso sacar o dinheiro. Não tem jeito”.
Saque do FGTS
Demitida há 40 dias de uma empresa do setor rural, a auxiliar administrativo Daniela da Silva, de 43 anos, também enfrentou a fila para sacar o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) nessa segunda-feira (10). Ela chegou por volta das 8h30. “Tomara que eu seja atendida ainda hoje (ontem) porque eu não imaginava ter tanta gente assim. Mas, fazer o que. O fundo de garantia será minha única renda até eu conseguir encontrar outro emprego. Então tenho de aguardar”.
Calçadão da Rui Barbosa movimentado
Uns de máscara e outros não. Era assim que consumidores estavam andando no calçadão da Rui Barbosa, no Centro, nessa segunda-feira. Depois de quatro meses e meio de isolamento social e lojas fechadas, o principal ponto do comércio de Macaé voltou a registrar movimento. Mas em algumas lojas, mesmo abertas depois de autorização por decreto, estão limitando o número de pessoas para entrar nos estabelecimentos. Nas portas, funcionários controlam entrada e saída, e aplicam o álcool em gel.
A enfermeira Elisabeti da Silva, de 32 anos, estava na expectativa da reabertura das lojas de rua. Ela aproveitou para pagar contas e andar um pouco pelo calçadão. “Eu estou de férias do trabalho e hoje aproveitei para fazer compras e andar um pouco por aqui. Fiquei em quarentena por quatro meses. Mas só saio quando preciso mesmo e uso máscara. Tem que usar e fazer a nossa parte”.