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Adeptos a religião de matriz africana se preparam para homenagear Iemanjá

Celebração à Iemanjá pelo terreiro Kwê Ase de Oyá, 2020. | Imagem: Matheus Coutinho.

Dia 2 de fevereiro é o dia de celebrar a Orixá rainha das águas e mares

A padroeira dos pescadores, a que decide o destino daqueles que entram no mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, entre outros nomes, assim é chamada Iemanjá. Nesta quarta-feira (2) é comemorado o dia desta Orixá para quem é adepto às religiões de matriz africana. Devido a pandemia, as grandes celebrações e entregas ao mar não poderão acontecer. As comemorações deste ano serão privadas para os filhos de cada casa de umbanda e candomblé.

Em Búzios, haverá o Festival Odoya a partir desta quarta-feira até domingo (6). A programação aberta ao público inicia nesta quinta-feira (3), quando o grupo Filhos do Axé recebe os artesãos que criaram os estandartes ricamente decorados para homenagear Iemanjá. Haverá um bate papo e fotos das artes no pórtico. Na sexta-feira (4) haverá a lavagem da estátua de Zumbi, na Rasa. O encerramento no domingo (6) será no restaurante Porto dos Pescadores, localizado na subida da Igreja Sant’Anna. Haverá recepção dos colaboradores e também premiação dos três estandartes.

Entrega de presente as águas pela casa de umbanda Vovó Maria Conga | Imagem: Reproduçao | 2020

A realização do festival é do grupo Filhos do Axé, formado por diversos artistas locais, tem apoio também do grupo KamanAFrica e Secretaria de Cultura de Búzios e da Associação Comercial de Búzios. A Prensa de Babel também está apoiando o evento.

O festival também possui a parte gastronômica, três restaurantes aderiram ao projeto, são eles: Maria Maria Café, Restaurante Porto dos Pescadores e Madame Bardot.

“O festival Odoya é com certeza o festejo cultural para fomentar e afirmar nossas raízes ancestrais a cultura é viva! E vivenciada a todo instante em nossa vida”, comenta Sirlei de Souza, uma das idealizadoras do festival.

Muito mais que uma celebração, o Festival Odoya é um dos primeiros passos para realizar um sonho também. Com a arrecadação do evento será possível a construção da casa de candomblé feita especialmente para Iemanjá.

“O Festival é iniciado no dia de Odoya, e com certeza o festejo tem relação com o Asé, pois a prioridade da arrecadação será para a construção da casa da minha mãe, Iemanjá, iniciando assim o candomblé”, explica Sirlei.

A tradicional festa de Iemanjá pelo terreiro Kwê Ase de Oyá que acontece no Porto da Barra, em Manguinhos, acontecerá novamente de forma restrita. Apenas alguns filhos da casa farão o ritual e preceitos, sem atabaques, aproximações, apenas pedindo bênçãos. A entrega do presente às águas está marcada para sábado (5), a partir das 16h.

Em Cabo Frio, o tradicional presente às águas, que acontece há 15 anos, também acontecerá de forma restrita. Haverá uma carreata com alguns terreiros da Região dos Lagos a partir das 16h em direção ao canto do Forte São Matheus; a partir das 17h será a entrega do presente. Estará presente na celebração Sacerdotes de Candomblé, Umbanda e o Bispo da Igreja de São Jorge.

Mas não são todas as casas que comemoram o dia de Iemanjá no dia 2 de fevereiro. O Centro Umbandista Caboclo Sete Flechas de Macaé comemora o dia 8 de dezembro. É realizada uma gira na praia para fechar o ano e agradecer a Iemanjá por mais um ano.

“No sincretismo Iemanjá assim como Ogum tem relação com vários santos dependendo da religião. Iemanjá é celebrada no dia 2, não somente, mas em especial na Bahia que é de origem do candomblé, dia de Nossa Senhora dos Navegantes. Mas também é festejada no dia de Nossa Senhora da Conceição, em dezembro. Nós celebramos Iemanjá no final do ano, em uma gira na praia que realizamos o fechamento do ano e de trabalho na nossa casa como uma forma de agradecimento a essa mãe zelosa por mais um ano”, explica Heloisa Lopes, filha do Centro Umbandista.

Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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