Uma operação realizada nesta quinta-feira (24) conduzida pelo novo Chefe do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), Marcelo Morel, efetuou demolições de casas irregulares em locais atingidos por incêndios, localizadas na APA de Massambaba, no Distrito de Figueira, em Arraial do Cabo.
A primeira operação ambiental reuniu uma grande força-tarefa de guarda-parques do PECS, 15 policiais do 25º Batalhão, oito homens da Coordenadoria Integrada de Combate a Crimes Ambientais (CICCA), representantes da fiscalização ambiental do Rio de Janeiro e Araruama e representantes de órgãos como o INEA e UPAM. O dia se encerrou com a detenção de cinco pessoas, todas encaminhadas para a 132 DP, em Arraial do Cabo, sob a acusação de terem cometido crime ambiental no local.
“Locais como Figueira, Monte Alto e Parque das Garças têm sido alvos constantes de incêndios, sempre seguidos de construções. Registramos focos de incêndio no Sábado, e na segunda-feira foram encontradas dez casas. Naquelas construções em que não houver pessoas habitando, os guarda-parques e chefes de parque exercerão seu poder de polícia ambiental e prosseguirão com a demolição, o que é ordenado em lei” explica Morel, afirmando ainda que o seu objetivo inicial é combater os incêndios e os desmatamentos e multar os responsáveis.
“A vegetação é desmatada com o uso de machado e facão. Após isto, as pessoas utilizam pneus, responsáveis pela combustão, que deixam ‘bolos’ no chão. Chegamos a encontrar madeira e pneus prontos para realizar novas fogueiras. Evitamos, somente hoje, cerca de vinte hectares de incêndio” calcula Morel, que contou com o apoio de um helicóptero para sobrevoar toda a localidade.
Equipes que realizavam reconhecimento das áreas mais críticas encontraram a restinga incendiada, restos de espécies de árvores queimadas que se encontram em extinção, cenas de desmatamento e construções em cima de dunas e restingas. Além destes, foram identificados pontos de extração ilegal de água para a revenda em caminhões-pipa e furto de luz, num total de vinte e uma casas e dez poços artesianos construídos sobre as dunas, de forma irregular.
Os incêndios, explica Morel, quase todos possuem fins imobiliários: “As construções que encontramos com pessoas morando dentro foram respeitadas, acionamos o Ministério Público e a Defensoria Pública para que atendam essas pessoas, que provisoriamente ficarão nas suas casas”. Estima-se ainda que, desde Dezembro do ano passado, lotes em Figueira estavam sendo vendidos a 50 mil reais.
A ação encheu quatro caminhões, até a tarde dessa quinta-feira (24), centenas de moirões e tijolos quebrados das demolições. Ainda há, segundo a equipe, postes de luz e entulho para a serem retirados do local. Os detidos foram qualificados e intimados pela polícia ambiental, e estarão aguardando o prosseguimento das investigações pelas autoridades policiais.