Operação causou opiniões contraditórias, além da morte de um policial há indícios de que inocentes também foram mortos
Na manhã desta quinta-feira (6), a comunidade do Jacarezinho, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, recebeu uma ação policial que durou cerca de 7h e terminou com 25 pessoas mortas, entre elas um policial militar. Além disso, duas pessoas foram baleadas dentro de um vagão de metrô, na linha 2, altura da estação Triagem.
Segundo a polícia, a operação aconteceu no intuito de localizar e prender acusados que estavam aliciando crianças e adolescentes para o tráfico de drogas. As investigações foram realizadas durante meses pela delegacia da Criança e do Adolescente Vítima.
A operação foi uma surpresa aos moradores, pois, desde junho do ano passado, foram suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) as operações durante a pandemia. Neste caso, seria necessário informar ao Ministério Público o motivo da operação, mas segundo o portal G1 noticiou, o órgão só foi avisado após o início da operação.
Membros da sociedade civil e movimentos sociais relatam que o acontecimento foi uma “chacina”. O caso que mais ganhou repercussão foi a morte de um homem que estava sentado em uma cadeira de plástico. Nesta sexta-feira (7), representantes de movimentos negros foram às ruas para realizar manifestações, com faixas que diziam “Parem de Nos Matar”.
O caso teve comoção nacional. Artistas como Lucas Penteado se manifestaram nas redes sociais contra a operação.
O Ministério Público recebeu denúncias na ouvidoria sobre abusos policiais e estão investigando o caso. Na coletiva de imprensa, os delegados afirmaram que a polícia não acha que o tráfico acabou com essa operação e informa que as investigações vão continuar e outras operações devem acontecer para evitar que menores sejam aliciados para o tráfico de drogas.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Débora Evelin