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A violência não é democrática

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Penso já a bastante tempo sobre os limites de democracia no Brasil. A discussão do voto pelo voto, me emputece por conta de nunca discutirem de fato o sistema político como um todo e sempre ficam na lenga lenga de culpar o outro por votar no candidato x ou y, ou votar nulo, ou se abster.
Os limites da democracia representativa do Brasil são gritantes e pouco reconhecidos, na verdade. Um paradoxo que favorece a possibilidade de uma pessoa como o atual presidente ser candidato a algo, por exemplo. Só que é além disso, muito além.


Estamos numa crise sanitária sem precedentes, nos nossos tempos, que é a Covid-19. Medidas de prefeitos e governadores versus orientações do Governo Federal. Ciência versus lobby empresarial e infectados e mortes pelo vírus aumentam a cada dia. Se escancara no Brasil sua disparidade assistencial básica.


Aí é o ponto em que quero chegar. Na busca por auxílio emergencial, se evidencia a fragilidade econômica de quase um terço da população brasileira. Fragilidade que se traduz em vulnerabilidades diversas. Insegurança alimentar, sem saneamento básico, moradia precária.


Alimentação equilibrada, higiene e evitar aglomerações nem é opção pra um contingente de pessoas. Agora, além disso tudo, com um decreto de emergência em vigor, no Estado do Rio de Janeiro, há a continuidade de incursões policiais nas comunidades, nos lugares onde se mora grande parte dos necessitados da assistência emergencial.


E na série, corriqueira, de violações fundamentais de direitos, cometidos pela ação policial, há um rastro de corpos, mortos, violados. Corpos que estão em casa, isolados, ou tentando se isolar para não ser contaminados pelos vírus. Um jovem preto, dentro de casa, leva um tiro na barriga, seu corpo é sequestrado e depois encontrado no IML.


Democracia implica participação das pessoas, no sentido de propor demandas e de até mesmo se organizar para se ter alguém capaz de responder essas demandas, seja com um próprio representante ou cobrando aquele que votou, de maneira constante e presencial.


Diga-me, como? A violência deixa alguém se preocupar com algo além da sua vida ou de quem tá do seu lado? Como faz para dissipar a sensação da descartabilidade social? Como se cura as feridas das políticas públicas de exclusão? Como se livra as dores e doenças psicossomáticas decorrentes dessas pessoas sendo mortas a revelia pelo Estado?


O voto elege pessoas, mas as pessoas eleitas não permitem nada além do voto porque se tem uma barreira sanitária de tiros e desassistência pública. Não há judicialização que resolva. Não há denúncia que resolva. Não há democracia que resolva.


A discussão sobre democracia tem que passar por se tirar as pessoas da vulnerabilidade física e simbólica que recaí nas pessoas desde da formação do Estado Brasileiro, sem nenhuma melhora, mesmo depois da constituição de 1988. Se eu votar no candidato certo e mais Joãos Pedros morrerem, nossa sociedade já era.

Fábio Emecê – Professor, rapper e vadio

Octavio Raja gabaglia

Octavio Raja Gabaglia, o carismático Otavinho, é um nome que ressoa nas praias, encostas e telhados de Búzios. Esse arquiteto genial, conhecido pelo bom papo e pela mente afiada, conseguiu, com engenhosidade, domar os ventos, convidar a luz do sol para habitar as casas com gentileza, além de convencer a paisagem exuberante a fazer parte de sua obra.

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